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Plano Real 20 anos: autoridades do PI comentam avanços

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O Plano Real completou nesta terça-feira (01) 20 anos de criação. O principal objetivo da iniciativa era combater a “hiperinflação” na economia brasileira, que de tão devastadora chegou a ganhar o apelido de “dragão” em tempos passados.

Duas décadas já se foram e o Cidadeverde.com ouviu representantes de instituições públicas do Piauí sobre os efeitos da adoção do conjunto de medidas na vida da sociedade. As perguntas foram as mesmas. Confira as respostas.

Cidadeverde.com: o Plano Real conseguiu cumprir as metas para qual foi proposto?

Teresinha Ferreira é presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon) do Piauí
“Desde 1.500 o Brasil vive um período onde a inflação era companheira da população. Com o Plano Real conseguimos dominar a inflação. Ela minimizou. O poder de compra do povo aumentou, as pessoas passaram a planejar seus gastos e a acreditar mais na economia.”

Elias Caddah é presidente do Conselho Regional de Contabilidade (CRC) do Piauí
“De certa maneira, o Plano Real tem dado estabilidade à economia. Antes, se tinha taxas de inflação de 80%. Foi uma conquista para o país, mas pagamos um preço caro. Tivemos várias crises, recessões. Mas o povo ganhou em poder de compra.”

Evandro Cosme é presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Teresina (CDL)
“O plano real foi o fato político-econômico mais importante da nossa República. Com ele, se conseguiu organizar as finanças dos populares, das empresas, do país. Ele conseguiu criar critérios para a economia. Antes, você ajustava o salário hoje e em 60 dias já tinha que ser feito uma nova correção. Havia um descompasso geral entre preços de produtos. Tínhamos uma economia desorganizada. Foi um grande fato econômico e social que inclusive conseguiu consolidar as instituições. A moeda era motivo de chacota.”

André Bahia é presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) do Piauí
“O Plano Real foi importante. Tinha-se esse contexto da hiperinflação. Agora, a inflação está controlada. Mas hoje, o país começa a crescer um pouco e a inflação vem junto. Fica como uma cobra correndo atrás do rabo. O plano fez muito pela economia local, mas o Brasil poderia ter crescido muito mais se tivessem feito mais.”

Luís Antônio Veloso é presidente do Sindicato dos Lojistas de Teresina (Sindilojas)
“Ele não cumpriu todas as metas, mas acabou com a inflação galopante. Vinham destruindo nossa moeda. O dinheiro era desvalorizado em rapidez grande. Isso impedia projeções até em médio prazo. Era uma ginástica grande conviver na época de inflação. Era preciso ser ágil. Era um grande exercício. Mas hoje, 20 anos depois a inflação está dominada.”

Cidadeverde.com: o que tem que mudar para o Plano Real atender melhor à sociedade?

Teresinha Ferreira
“É preciso mais investimento. Principalmente observar com mais cuidado a dívida externa. O papel da economia é observar, monitorar e ver o que precisa melhorar. Os administradores públicos têm que mais cuidado porque qualquer medida pode ter consequências duras”. 

Elias Caddah
“Em alguns produtos ainda existe a questão inflacionária e é preciso observar isso para que o país não recaia em crises como a da Argentina e da Europa. Ainda temos gastos públicos altos e a lei de responsabilidade fiscal precisa avançar. O país ainda é caro. Temos alto índice de impostos que não voltam para a população. A carga tributaria é abusivo. Precisamos, também, investir em infraestrutura para melhorar nossa competitividade internacional.”

Evandro Cosme
“Economia precisa ser gerenciada. O Plano Real já cumpriu sua obrigação. Ele veio para debelar a inflação. Temos que gerenciar a moeda e as relações comerciais com o mundo para termos mais trabalho e uma economia melhor.” 

André Bahia
“Faltam medidas como as reformas tributária e política. Temos que ter, ainda, mais eficiência no gasto público.”

Luís Antônio Veloso
“O país precisa crescer e deixar de patinar na casa dos 2% de evolução das riquezas e do Brasil. Isso trará crescimento e emprego. Teremos que crescer a taxas iguais a da China (7%).”

Lívio Galeno
[email protected]

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