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"Na sociedade ideal, somente o homem trabalha", diz candidato

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No mundo ideal de Matheus Sathler, candidato a deputado federal pelo PSDB de Brasília, homem trabalha e mulher fica em casa. Para o advogado, que virou notícia nesta semana ao propor a criação de um "kit macho" para combater a "homossexualização", a presença das esposas no mercado de trabalho faz seus maridos ganharem menos.  

"O trabalho da mulher proporcionou uma maior exploração dos trabalhadores em geral, tanto homens e mulheres", diz Sathler, que ao falar, calcula bem o uso das palavras. "Numa sociedade ideal, o melhor seria que somente o homem trabalhasse fora de casa e conseguisse, com esse fruto do trabalho, sustentar dignamente a sua casa, a sua esposa, os seus filhos."

Além do trabalho feminino, na utopia de Sathler – em que o Brasil teria uma carga tributária de 7% do PIB ante os mais de 30% atuais – também não existiriam gays e lésbicas, já que as crianças estariam livre da "homossexualização" promovida nas escolas pelo programa Escola Sem Homofobia, apelidado jocasamente de "kit gay".

Para contrapor essa "ideologização" homossexual, o candidato promete incentivar a distribuição de kits para crianças que incentivam "a correta afirmação sexual dos seres humanos".

Aos adultos homossexuais, Sathler propõe orações.  "Homossexualismo é uma doença espiritual" decorrente da influência de "espíritos malignos", defende o candidato, que é protestante. Ele inclusive diz ter exemplos de conhecidos que "deixaram" a homossexualidade. "Tem o pastor Jair de Miranda, que foi um ex-travesti, ele foi testemunha no meu casamento, foi vítima da pedofilia", conta.

Questionado sobre a possibilidade de ter um homossexual na família ou em seu circulo de amizades, Sathler diz que incentivaria essa pessoa  "com o devido respeito, a se tornar um ex-homossexual".

  

Contra os gays, mas não aos votos homossexuais 

Sem constrangimento, Sathler relaciona homossexualidade e pedofilia, mesmo não tendo nenhum dado concreto para comprovar isso. Ele inclusive acusa os orgão públicos de esconder estes supostos dados. 

"Proporcionalmente, apesar da dificuldade de obtenção desses dados precisos pelos órgãos públicos - já que eles omitem esses dados –, a pedofilia homossexual é maior que a pedofilia não homossexual", aponta Sathler. 

As ideias de Sathler encontram oposição em seu próprio partido. O Diversidade Tucana, núcleo LGBT do PSDB, pediu providências à Executiva Nacional contra o candidato.

Mesmo com o PSDB defendendo em seu estatuto o respeito às diferentes orientações sexuais e identidades de gênero, Sathler combate a presença do Diversidade Tucana em seu partido.

Citando a força dos conservadores em seu partido, o advogado revela que criou 16 blogs para combater o setorial LGBT de seu partido. "O PSDB é o partido do Brasil que tem mais pastores filiados ao seu quadro", argumenta o candidato.

Por outro lado. Sathler entende que o seu partido não deve rechaçar os homossexuais nas urnas. "[O PSDB] deve aceitar votos dos cidadãos em geral, independentemente de opção sexual (sic), independentemente cor, raça, credo. As pessoas devem ser respeitadas enquanto seres humanos, né?"

Fonte: Ig

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