Cidadeverde.com

Ministério da Saúde inclui medicamento para infarto no SAMU

Imprimir

O Ministério da Saúde vai disponibilizar uma medicação específica para as vítimas de infarto socorridas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). O novo medicamento estará disponível nas ambulâncias do serviço. A portaria que estabelece a inserção do trombolítico foi assinada na semana passada pelo ministro, Arthur Chioro, durante o IV Congresso Nacional do SAMU. A estimativa é de que a incorporação reduza em 17% o número de óbitos por infarto. A portaria também prevê recursos financeiros para os municípios que aderirem à ação.

A coordenadora do SAMU Estadual, Cristiane Leal, explicou que a medicação já era disponibilizada para as equipes, por conta de uma portaria anterior, no entanto, o processo para a aquisição era um pouco mais burocrático. "Os municípios tinham que adquirir a medicação através de um hospital ou unidade de saúde para que o SAMU pudesse utilizar e assim o município era ressarcido em 50% do valor da medicação pelo Ministério da Saúde. A partir da publicação dessa nova portaria, o custeio será de 100%". 

A medicação será disponibilizda para as cidades que possuem ambulâncias e equipe de suporte avançado, que tem capacitação para atender urgências mais complexas, a exemplo das cardipatias. No Piauí, as cidades de Bom Jesus, Teresina, Floriano, Itaueira, Uruçuí, Campo Maior, Piripiri, Picos, Parnaíba e Corrente possuem equipes de suporte avançado. 

Cristiane Leal ressalta que deveré ser feito um treinamento dos profissionais que atuam nessas equipes sobre o uso da medicação. "O medicamento é muito bom, mas muitos profissionais tem receio de usá-lo".    

A coordenadora do SAMU de Teresina, Helsimone Rodrigues, conta que as equipes de Teresina já utilizavam a medicação há um ano. "A mudança maior será nos municípios do interior, porque muitas prefeituras não aderiram a portaria anterior por conta do custo elevado da medicação, cerca de R$ 5 mil por cada ampola. Todas as capitais do país já usam o medicamento". 

O Sistema Único de Saúde (SUS) registrou, em 2012, 84.157 mortes e 59.510 internações por infarto agudo do miocárdio. A expectativa é que, com o medicamento, o SAMU possa salvar até 8.368 pessoas por ano.

Com a portaria, o Ministério irá repassar o recurso para que os municípios realizem a aquisição. O impacto da demanda no orçamento, tendo em vista os preços de mercado do trombolítico, seria de até R$ 19,6 milhões. No entanto, a negociação do Ministério da Saúde com a única farmacêutica fabricante do medicamento permitiu uma redução de até 57%, ou seja, para R$ 8,5 milhões.

“Esse é um ganho importante para o serviço de urgência porque as doenças do aparelho cardiovascular são as que mais matam brasileiros hoje. Então, ter esse medicamento disponível representa a diferença entre a vida e a morte e melhora o prognóstico dos pacientes infartados que terão uma melhor qualidade de vida e menos sequelas”, enfatizou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

O trombolítico estará disponível nos veículos que dispõem de Suporte Avançado de Vida e que dispõe de profissional médico capacitado para realização da trombólise. São elas a Unidade de Suporte Avançado Terrestre (USA), a equipe embarcação e a equipe aeromédico.

Para ter acesso ao recurso, está a indicação pelo município de leitos de terapia intensiva (UTI tipo II ou III) e leitos habilitados como Unidade Coronariana, além de referenciar um estabelecimento habilitado em procedimentos de hemodinâmica. Também deve ser informado que os profissionais do SAMU da localidade foram especificamente capacitados para a administração do trombolítico.

TROMBOLÍTICO – No infarto, a artéria que irriga o coração fica obstruída. Com isso, o sangue não consegue levar oxigênio para o coração e o músculo cardíaco entra em necrose (morre), causando o infarto e podendo ocasionar uma parada cardíaca. O medicamento trombolítico desfaz a obstrução e a circulação no coração volta a acontecer, interrompendo o infarto.

Os pacientes poderão ter o tratamento já na ambulância, uma vez que o trombolítico é de fácil e rápida administração no veículo – apenas uma ampola é suficiente. 

Além disso, o uso precoce do medicamento reduz as chances de o infartado apresentar sequelas como a insuficiência cardíaca, que obriga o paciente a tomar medicamentos por toda a vida. Ou seja, além do benefício à população, a medida diminui o valor gasto com a compra de medicamentos que seriam utilizados em casos com sequelas.

 

Sana [email protected] 

[email protected] 

 

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais