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Polícia conclui que morte de taxista foi latrocínio e descarta vingança

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A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a morte do taxista Carlos Alberto de Sousa e divulgou na manhã desta segunda-feira (8) o relatório do caso. De acordo com o delegado Matheus Zanatta, o crime foi um ato covarde, que não tem relação com uma suposta rixa entre taxistas e criminosos. 

"Foi um latrocínio. Durante as investigações, não ficou nada comprovado sobre o envolvimento de gangues ou conflitos entre taxistas e criminosos. Aconteceu com ele o que poderia ter acontecido com qualquer pessoa", informou o delegado.

Matheus acrescentou que tanto o menor F.J.S.O., 17 anos, quanto Éricles Gomes de Sousa, 18 anos, já tinham vários antecedentes criminais. "O adolescente responde por três atos infracionais e confessou um homicídio cometido em abril deste ano, na Santa Maria da Codipi, zona Norte de Teresina. O maior de idade responde a quatro processos e será indiciado pelos crimes de assalto, porte ilegal de arma de fogo e latrocínio", explicou. O delegado esclareceu que o menor responderá por um ato infracional análogo a latrocínio.

Zanatta disse que o menor continua apreendido e Éricles está preso, mas o local onde eles estão não foi revelado por precaução. O adolescente, caso condenado, deverá cumprir pena até completar 21 anos - uma pena máxima de 3 anos e Éricles poderá pegar de 20 a 30 anos.

Em liberdade

O menor infrator confessou à polícia que havia sido colocado em liberdade dois dias antes de cometer o crime que vitimou o taxista. Outro dado interessante é que Éricles, o maior de idade, havia completado 18 anos cerca de 20 dias antes da data do latrocínio e também saiu da internação três semanas antes. 

"Éricles não mostrou nenhum arrependimento e o menor, apesar de ter sido apreendido com a mesma bermunda que aparece no vídeo, dizia não ter participado, mas foi desmintido pelo exame papiloscópio", completou o delegado.

Motivação

Segundo o delegado, Éricles confessou em depoimento que o objetivo era realizar assaltos e a dupla queriam que o taxista continuasse com eles, para dirigir o carro. "No veículo, ele estava sempre sob a mira do menor e quando tentou fugir, o maior tomou a arma e foi atrás dele. Ele teria conseguido fugir se não tivesse tropeçado. Houve luta corporal e Éricles disparou um tiro que atingiu a vítima na mandíbula, do lado esquerdo", afirmou Zanatta.

O delegado explicou que o taxista não tentou fugir com a chave do veículo. "A chave ficou na ignição do carro", acrescentou.

Família presente

Um dos sete irmãos do taxista, Wellington Alberto de Sousa, e a esposa da vítima, Silvana, acompanharam toda a coletiva de imprensa, que aconteceu na Delegacia Geral.

Os dois repetiram que queriam justiça e mostraram preocupação quanto à soltura dos acusados. "No assalto eles não levaram dinheiro, só o celular. Meu irmão era uma pessoa muito querida e não sabemos direito porque isso aconteceu", declarou Wellington.

"O que me machuca são os boatos de que os acusados estão soltos. Não quero que isso aconteça. Não é justo que isso ocorra tão rápido. Se for assim, como vamos confiar na Justiça", disse Silvana, que vivia com Carlos Alberto há 10 anos. Ela contou que o marido já estava pensando em deixar a profissão após a morte do outro taxista, dias antes.

Trajetória

A dupla pegou o taxista em um posto de gasolina no Morro da Esperança, zona Norte, e foram em direção ao Centro. Após o episódio que terminou com a morte do taxista, eles foram novamente em direção à Zona Norte e fizeram vários assaltos a pedestres próximo ao supermercado no bairro Marquês. Depois foram para a avenida Campos Sales, onde abordaram populares que estavam em uma parada de ônibus, perto de uma padaria. Em seguida foram para a Ponte Estaiada e abandonaram o taxi. "O tempo todo era o menor que dirigia e Éricles fazia as abordagens às vítimas", disse Zanatta. 

 

Flash de Carlos Lustosa Filho (do local)

Redação de Jordana Cury
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