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Ensaio com crianças causa polêmica e revista é denunciada

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A edição atual da revista Vogue Kids causou alvoroço entre os internautas com o ensaio intitulado "sombra e água fresca". No editorial, crianças simulam poses já "tradicionais" de modelos. "Papetes são febre atual na moda adulta e invadem o guarda-roupa infantil ao lado de tricôs levinhos, camisaria, jeans e meias", diz parte do texto de abertura.

No Twitter, o assuntou gerou muitos posts criticando a escolha das fotos e o tipo de ensaio que estaria sexualizando a imagem das crianças. Um post da página Pediatria Integral no Facebook criticando as fotos recebeu mais de 4 mil compartilhamentos.

Em defesa da infância


O Instituto Alana, que atua na defesa dos direitos da criança, já fez uma denúncia formal no Ministério Público sobre o caso.

A psicóloga da organização, Laís Fontenelle, disse que ficou sabendo das fotos pela repercussão nas redes sociais. “É um convite à erotização precoce e ao consumo daquelas roupas. A matéria está vendendo roupa da forma mais apelativa possível”, pontua.

A profissional acredita que este tipo de imagem contribuiu para o aumento do já amplo quadro de exploração sexual do País. “Este apelo ao consumo está ligado aos nossos altos índices de violência sexual”, ressalta.

Para ela, os abusos devem ser coibidos e a revista deveria se comprometer a não veicular mais este tipo de imagem. “Acho que talvez eles deveriam fazer uma carta aberta à sociedade, se retratando, dizendo que foi um equivoco. É um veículo voltado para a criança, que tem a responsabilidade de honrar pela proteção da infância.”

Laís cita o projeto Criança e Consumo, que visa conscientizar sobre os impactos da publicidade dirigida às crianças. “A ideia é sensibilizar outros atores, como pais, educadores e agentes sociais para que abram os olhos para esta questão. Qualquer pessoa que tem um olhar um pouco mais sensível para esta questão da infância pode denunciar um caso como esse”, ressalta.

Segundo a psicóloga, a imagem é agressiva não só do ponto de vista da incitação ao erotismo precoce, mas também ao impacto que pode trazer às próprias modelos mirins. “A maldade não está nos olhos de quem vê. Essas meninas não estão preparadas para os olhares que vão receber. São meninas, estão em fase de desenvolvimento psíquico e emocional”, finalizou.

Fonte: Terra

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