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Malala vence Nobel da Paz e se torna a mais jovem a ganhar o prêmio

A paquistanesa Malala e o indiano Kailash Satyarthi, em fotos de 2014 e 1999, respectivamente (Foto: Reuters/AFP)

O indiano Kailash Satyarthi e a paquistanesa Malala Yousafzay venceram o prêmio Nobel da Paz de 2014 "pela sua luta contra a supressão das crianças e jovens e pelo direito de todos à educação", anunciou o comitê do Nobel na manhã desta sexta-feira (10). Satyarthi, de 60 anos, é um ativista de direitos das crianças na Índia e a menina Malala sobreviveu a uma tentativa de assassinato dos talibãs em 2012 por sua militância a favor da educação das meninas em sua região natal do noroeste do Paquistão.

Com o prêmio, Malala, de 17 anos, se torna a mais jovem ganhadora do Nobel, superando o cientista australiano-britânico Lawrence Bragg, que compartilhou o Prêmio de Física com o pai, em 1915, aos 25 anos.

Depois de receber tratamento médico intensivo, Malala se mudou para a Grã-Bretanha. Em 2013, ela recebeu o prêmio Sakharov para a liberdade de consciência, concedido pelo Parlamento Europeu.

"As crianças precisam ir para a escola e não serem exploradas financeiramente. Nos países pobres do mundo, 60% da população atual tem menos de 25 anos. É pré-requisito para um desenvolvimento global pacífico que os direitos das crianças sejam respeitados", disse o presidente do Comitê Nobel norueguês, Thorbjoern Jagland.

"Kailash Satyarthi, mantendo a tradição de Gandhi, liderou várias formas de protestos e manifestações, todas pacíficas, focando na grave exploração das crianças para ganho financeiro. Ele também contribuiu para o desenvolvimento de importantes convenções internacionais sobre o direito da criança. Apesar de ser jovem, Malala Yousafzay já lutou por vários anos pelo direito das crianças pela educação, e mostrou pelo exemplo que crianças e jovens também podem contribuir para melhorar sua própria situação", disseram os membros do comitê, no anúncio do prêmio.

Satyarthi afirmou que estava "encantado" com a notícia, segundo a agência Press Trust of India. "Agradeço ao comitê Nobel por este reconhecimento do sofrimento de milhões de crianças", disse o premiado.

O primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, afirmou que Malala é o "orgulho do Paquistão".

 

Conheço um pouco mais da história de Malala

A paquistanesa Malala Yousafzai  é mundialmente conhecida pela defesa dos direitos das mulheres e por ter sobrevivido a um ataque do Taleban, grupo radical islâmico que atua no Paquistão.

Em sua terra natal, porém, Malala é vista com desconfiança, acusada de ser influenciada pelo Ocidente para danificar a imagem internacional do Paquistão.

Em 2012, talebans atiraram contra Malala por ela ter defendido o direito das mulheres à educação em um blog que escrevia para a BBC.

A jovem se tornou um símbolo da luta contra o Taleban, que domina áreas tribais no noroeste do Paquistão, impondo rígidas leis islâmicas e proibindo a educação das mulheres.

"Os terroristas pensaram que mudariam nossos objetivos e parariam nossas ambições, mas nada mudou na minha vida a não ser isto: a fraqueza, o medo e a desesperança morreram. A força, o poder e a coragem nasceram", disse Malala em discuso na ONU em 2013.

"Eu não odeio o taleban que atirou em mim. Mesmo se eu tiver uma arma na minha mão e ele estiver na minha frente, eu não iria matá-lo", disse a ativista.

Malala também ganhou um prêmio de direitos humanos da União Europeia e foi uma das favoritas para ganhar o Prêmio Nobel no ano passado.

A paquistanesa foi ainda escolhida em 2013 como uma das pessoas mais influentes do mundo pela revista Time.

Vivendo no Reino Unido, ela não pode retornar ao Paquistão por causa de ameaças do Taleban. O atual chefe dos radicais, Mullah Fazlullah, foi quem ordenou o ataque contra ela.

Yousafzai estuda em uma escola em Birmingham e se tornou uma ativista global pelo direito das mulheres à educação, tendo opinado sobre a situação na Síria e na Nigéria.

No vale do Swat, onde nasceu, Malala enfrenta oposição dos paquistaneses. Quando foi indicada ao Nobel em 2013, mensagens em redes sociais a acusavam de ser um agente da CIA.

 

Fonte: G1

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