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Rômulo Neto relembra fase rebelde e fala da saudade do pai: ‘De algum lugar está ajudando’

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Além do lado exibicionista, Rômulo Neto, no ar como o malandro Robertão de “Império”, conta que já teve a preguiça em comum com o personagem. Em 2000, durante a adolescência — na mesma época em que perdeu o pai, o nadador e também ator Rômulo Arantes, em um acidente de ultraleve —, ele admite ter ficado meio perdido. Mas diz que se encontrou após iniciar a carreira de modelo.

— Não queria estudar, estava meio rebelde. Só queria fazer esportes (começou a competir aos 6 anos na natação seguindo os passos do pai) e colocar tudo para fora. Mas a minha preguiça era até mais criativa do que a do Robertão porque gostava de ir à praia e surfar, e não ficar deitado no sofá — compara.

Ao falar do passado, Rômulo pensa em como seria se o pai pudesse vê-lo agora em seu papel de maior repercussão, depois de estrear na TV em “Malhação” (2007) e atuar em novelas como “Os mutantes” (2008), na Record, e “Sangue bom” (2013), no retorno à Globo. Ele descreve a relação dos dois como singular, “uma coisa louca”, e lembra do esforço do atleta para mantê-lo com os pés no chão e incentivá-lo no esporte.

— Fico até arrepiado. Tenho certeza que de algum lugar ele está vibrando muito, me ajudando em algum plano, lá em cima, dando força. A gente torcia muito um pelo outro. Nunca vi nenhum amigo ter uma conexão parecida com a que eu tinha com meu pai — emociona-se o ator.

Para compor Robertão e evitar cair em clichês, Rômulo buscou referências em textos de psicanálise e assistiu a filmes como “O talentoso Ripley” (1999) e “Magic Mike” (2012) — este último sobre o universo de strippers. Fez ainda aulas com o preparador de elenco André Monteiro.

— Quis explorar a infantilidade, o humor, a ingenuidade, a pureza, para despertar uma empatia nas pessoas que estão assistindo. Para simplesmente não o julgarem ou as cagadas que faz. Robertão é amoral e, mesmo assim, as pessoas o adoram — constata.


REVIRAVOLTA

Para justificar a maneira antiética com que age o rapaz, Rômulo culpa os pais do personagem, Magnólia (Zezé Polessa) e Severo (Tato Gabus Mendes), que, como ele mesmo faz questão de frisar, “criaram os filhos como fonte de renda”.

— São dois crápulas que não têm a menor ética, valores e civilidade. Se juntaram e fazem loucuras para sobreviver. Não vejo amor deles pelos filhos — opina o ator.

Apesar do caráter duvidoso, Rômulo acredita nos reais sentimentos de Robertão por Érika (Letícia Birkheuer). O mesmo, segundo ele, não acontece com Téo (Paulo Betti), com quem o personagem nutre uma amizade colorida puramente por interesse financeiro:

— Ele se aproveita da carência do Téo, dessa coisa de ele ser um cara de poucos amigos, e dá companhia, mas com o bônus da sexualidade e do prazer. Por mais que curta em certos momentos a companhia do Téo, o significado da relação é grana.

Agora, a beleza de Robertão não ficará mais restrita só a Téo e a Érika. Nos próximos capítulos, o personagem sofrerá uma reviravolta ao ser descoberto por um caçador de talentos de uma agência de modelos. Com o apoio de Érika, acabará contratado para fazer um anúncio de cuecas, tornando-se também ainda mais desejado pela vilã Cora (Drica Moraes).

— Conversei com a Drica que seria legal se o Robertão apagasse o fogo da Cora. Sempre que gravo com ela é uma tensão maior. Saio do meu estado de conforto porque ela improvisa muito. Tenho que estar sempre em alerta porque dali pode sair qualquer coisa e você tem que se virar nos trinta — comenta.

CASAMENTO E FILHOS

Se na novela Robertão é bicho solto, na vida real o ator frisa ser bem diferente. Ele conta que planeja oficializar a união com Cleo Pires, com quem está junto há um ano e meio e já divide o mesmo teto. Romântico assumido, revela que é do tipo que faz surpresas, manda flores e abre a porta do carro para a mulher.

— O momento de oficializar o que temos não está muito distante. A coisa está fluindo de uma forma natural. Já conversamos sobre o assunto. Não faço questão de igreja, mas de oficializar, sim. Tenho uma visão romântica em relação a esses termos de parceria e compromisso — diz.

A paternidade também não parece distante para o galã, que acredita que “um filho pode suprir a falta que sente do pai”.

— Tenho muita vontade. Fora que é algo incrível você ter um fruto seu e da mulher que ama — afirma.

À vontade com a família de Cleo, Rômulo conta ter “altos papos” com o padrasto da atriz, o músico Orlando Morais, e também rasga elogios à sogra Gloria Pires, a quem define como um “ser humano incrível”:

— Nem parece ser esse expoente da teledramaturgia brasileira. É de uma simplicidade, um caráter e uma generosidade... Isso a torna essa profissional incrível.

ESPIRITUALIDADE

Ao falar sobre espiritualidade, Rômulo conta que as terapias o ajudaram na busca pelo equilíbrio e na superação da morte do pai. Atualmente, ele é adepto da bioenergética, que funciona através da meditação e trabalha a autoestima, a sexualidade e o foco com exercícios de respiração e movimentos físicos. Também revela-se um estudioso da cabala.

— É outra parceria minha com a Cleo. Estudo mais em casa, mentalizo, vejo textos, a cabala me traz muita consciência como ser humano e sobre qual é o meu papel aqui, fala sobre não julgar e compartilhar com o próximo. Existe um antes e depois da cabala na minha vida. Ganhei uma nova consciência — afirma.

Ariano, com lua em leão, o ator também crê em astrologia, onde descobriu e entendeu características da sua personalidade como a impulsividade e a hiperatividade.

— Tenho quatro signos de fogo e preciso estar em constante produtividade para ser feliz. A Cleo fez o nosso mapa cabalístico, e a astróloga falava para nós: “Esse cara é um cometa rumo a algum lugar, ele tem que ficar se guiando”. E eu vou dosando, preciso estar muito centrado para estar no bom caminho, esse é o meu exercício, através da cabala. Hoje em dia estou mais zen.

 

Fonte: O Globo

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