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Sesapi anuncia retorno de cirurgias do Hospital Infantil, e diretor elogia gestor

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Após a Secretaria de Saúde anunciar o retorno das atividades cirúrgicas no Hospital Infantil Lucídio Portela para a próxima segunda-feira (5), o diretor Edinaldo Miranda elogiou a medida tomada pelo novo titular da pasta, Francisco Costa. Em mais uma publicação em seu perfil no Facebook, o médico destacou a sensibilidade no gestor e voltou a questionar a administração do ex-governador Antonio José de Moraes Souza Filho (PMDB), que deixou o cargo no dia 31 de dezembro.

"O novo secretário, em uma reunião rápida, me ouviu na condição de diretor do HILP e aos representantes cirurgiões e imediatamente resolveu o problema. Parabéns ao Dr. Francisco Costa, pela sensibilidade e pela agilidade em resolver imediatamente um problema tão grave de saúde publica do nosso Estado. Hoje é um dia para ser marcado com uma pedra branca, como diriam os nossos antepassados latinos", comentou Edinaldo Miranda.

Entusiasmado com o retorno da rotina normal do Hospital Infantil, o médico lembrou que pacientes e pais também ficaram felizes com a solução do problema. "Nesse momento estou muito feliz pelo desfecho e pela atitude rápida e eficaz do novo secretario, mas também espantando, com raiva e indignado por tantas mazelas causadas à população pediátrica e seus pais e familiares quando era tão fácil resolver tudo! Os pacientes estão felizes e seus pais agradecem!".

À antiga gestão do Governo do Estado, Edinaldo Brito deixou alguns questionamentos. "Por que algo que funcionava há mais de quatros anos somente agora foi considerada errada e ilegal pelo secretario de Fazenda? Se era ilegal, por que a alternativa encontrada foi abandonar as crianças do nosso estado à própria sorte? Foi dito pela Secretraria de Fazenda que o valor pago - apenas algo em torno de R$ 300,00 por cirurgia - para salvar a vida de uma criança era exorbitante. A vida de uma criança não vale R$ 300,00?".

Confira o post completo de Edinaldo Miranda:

"PARABÉNS AO NOVO SECRETÁRIO DE ESTADO DA SAÚDE DO PIAUÍ - Após uma conversa de apenas 20 minutos com o novo Secretário de Estado da Saúde, Dr. Francisco Costa, onde os cirurgiões pediátricos do Hospital Infantil Lucídio Portela estiveram representados pelos Drs. Fernando Carvalho e Adolfo Batista, foi firmando um acordo para o retorno imediato das atividades cirúrgicas no Hospital.

Assim, as atividades de ambulatório, enfermaria, plantões estarão normalizadas a partir de segunda-feira! Vamos à origem do problema: entre 2008 e 2009 éramos dez cirurgiões pediátricos no Piauí em atividade e aconteceram dois fatos importantes: a aprovação do plano de carreira, cargos e salários dos médicos do Estado do Piauí e a abertura do HUT.

Com isso, os cirurgiões pediátricos que já estavam sobrecarregados para com um número reduzido de profissionais para dar plantões 24 horas por dia nos hospitais onde tem serviços de urgência e atendimento oncológico no estado do Piauí, ao todo oitos hospitais, passaram a ser mais exigidos ainda.

Esses hospitais não podem funcionar, por força de portarias do Ministério da Saúde, sem escala de Cirurgiões Pediátricos. Imaginem, por exemplo, o Hospital São Marcos tendo que parar de atender crianças com Câncer por falta de escala de cirurgiões pediátricos, ou as UTIs do CIAMCA, HILP e HUT tendo que fechar pelo mesmo motivo? E estamos falando apenas das atividades de urgência, pois o único hospital do estado que faz atendimento eletivo em crianças que precisam de cirurgias pelo SUS é o Hospital infantil Lucídio Portella e também ficou sem cirurgiões para fazer esses atendimentos.

Pois bem, tínhamos então dois caminhos a seguir: primeiro, dizer que iríamos trabalhar em apenas dois hospitais, como "MANDA A LEI E A CONSTITUIÇÃO" e ficar na medicina privada ganhando rios de dinheiro; e o segundo, fazer um "PACTO PELO SUS e pelas CRIANÇAS" e não deixá-las morrer sem atendimento. Optamos pela segunda: assumimos as escalas de todos esses hospitais, em alguns recebendo muito pouco ou nada, e criamos a residência médica de cirurgia pediátrica para formar novos profissionais.

Pois bem, no Hospital Infantil Lucídio Portela assumimos toda a atividade de enfermaria, todas as cirurgias eletivas, todo o atendimento ambulatorial, reuniões clínicas e aulas com os residentes, etc.

Por essas atividades no Hospital Infantil o resultado atual era de mais de 200 cirurgias realizadas por mês, cercas de mil consultas no ambulatório, três novos cirurgiões pediátricos formados e mais dois em formação, além de quatro ex-alunos estimulados a fazerem residência em outros estados e que deverão regressar em breve.

Tudo isso ganhando uma bolsa menor que o salário de um médico iniciante no Estado e cujo valor total de todo o atendimento, incluindo a bolsa dos residentes e pessoal de apoio, não passa de R$ 75.000,00/ mês.

Esse programa para viabilizar o funcionamento do hospital infantil Lucídio Portella e formar novos profissionais foi criado no Governo anterior do Governador Wellington Dias e do Secretário de Saúde da época, Assis Carvalho. 

Tudo funcionou muito bem até março deste ano, quando o governo que chegou ao fim dia 31 de dezembro assumiu. Deixaram de pagar abril, maio e junho. Em julho e agosto, após inúmeras negociações pagaram os meses atrasados e o mês de julho, alegando que não estavam pagando por falta de recursos. Os meses de agosto e setembro, atrasaram novamente e disseram que só iriam pagar 60% porque não tinham recursos, em outubro, um dia após as eleições perdidas, informaria que não pagariam mais nenhum valor, pois o pagamento era ilegal.

Procurei, na condição de diretor, a secretaria de saúde inúmeras vezes e informei que deveríamos, na verdade tínhamos a obrigação ética e moral de encontrar uma saída, pois caso os cirurgiões fossem dispensados destas atividades crianças morreriam e o único hospital do estado que fazia esse atendimento pelo SUS pararia as suas atividades e entraria em uma crise financeira jamais vista.

A secretaria de fazenda não se sensibilizou, manteve a palavra de não pagar e o governo do estado não fez nada para solucionar o problema.

Portanto, de agosto para cá, para não deixar as crianças morrerem, os cirurgiões pediátricos e alunos bolsistas da FACIME, que também estão sem receber as suas bolsas desde agosto, mantiveram escala para evitar a morte das crianças que necessitavam de cirurgia de urgência.

NOVO SECRETÁRIO - o novo secretário, em uma reunião rápida, me ouviu na condição de Diretor do HILP e aos representantes cirurgiões e imediatamente resolveu o problema. Parabéns ao Dr. Francisco Costa, pela sensibilidade e pela agilidade em resolver imediatamente um problema tão grave de saúde publica do nosso estado. Hoje é um dia para ser marcado com uma pedra branca, como diriam os nossos antepassados latinos.

FICA AQUI ALGUMAS PERGUNTAS PARA REFLEXÃO:

1) porque algo que funcionava há mais de quatros anos somente agora foi considerada errada e ilegal pelo secretario de fazenda?

2) se era ilegal, porque a alternativa encontrada foi abandonar as crianças do nosso estado à própria sorte?

3) Foi dito pela secretraria de fazenda que o valor pago significava apenas algo em torno de R$ 300,00 por cirurgia para salvar a vida de uma criança era exorbitante. A vida de uma criança não vale R$ 300,00?

Nesse momento estou muito feliz pelo desfecho e pela atitude rápida e eficaz do novo secretario, mais também espantando, com raiva e indignado por tantas mazelas causadas à população pediátrica e seus pais e familiares quando era tão fácil resolver tudo!

Os pacientes estão felizes e seus pais agradecem!

E a equipe está pronta e animada para voltar a atender esses pequeninos seja em Teresina ou no interior, como fizemos na cidade de Bom Jesus em fevereiro, onde atendemos 200 crianças e realizamos 50 cirurgias voluntariamente".

Flávio Meireles
[email protected]

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