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Portaria transforma vereador e motorista em gari; prefeita nega perseguição

O servidor público e vereador de Coivaras (PI), Ernesto Soares (PSB), anunciou que entrará com um mandado de segurança para anular uma portaria da prefeita Edimê Freitas (PSB), que o transferiu das funções de motorista para gari. O parlamentar procurou o Cidadeverde.com, nesta quarta-feira (07), para fazer a denúncia e alega que está sendo perseguido politicamente pela atual gestora. A prefeita rebate as acusações e diz que o parlamentar foi aprovado em concurso para a função. 

 

Foto: Wilson Filho

 

O vereador conta que há 17 anos foi aprovado em concurso público da prefeitura para o cargo de motorista na Secretaria de Saúde e no último dia 22 de dezembro foi surpreendido com a portaria que o transferia para as funções de gari, no matadouro municipal, que não estaria em funcionamento. 

"Entramos com um requerimento no dia 30 dezembro para anular a portaria. A prefeita tinha um prazo de 72 horas para responder e até o momento não se manifestou. Entraremos agora com um mandado de segurança, pois não conseguimos resolver na esfera administrativa. Não estou diminuindo a função de gari, mas não prestei concurso público para o cargo", explica Netão. 

Ernesto Soares ressalta ainda que a carga horária mínima para a função de gari é de 40h/semanais, o que impediria de exercer o cargo de vereador. 

"Como motorista consigo conciliar as duas funções pois trabalho de segunda à quinta e as sessões na Câmara acontecem às sextas-feiras. Irei agora a Associação dos Vereadores do Estado do Piauí (Avep) para ter mais orientações. Eu e a prefeita somos do mesmo partido, mas agora estou na oposição e vivo sofrendo perseguição política e represália. Hoje cheguei até a ser expulso da prefeitura e registrarei Boletim de Ocorrência", explica.

Prefeita rebate vereador
De acordo com a prefeita de Coivaras, Edimê Oliveira, o vereador é concursado para o cargo de serviços gerais e estava lotado como motorista. "Como serviços gerais, ele pode ser vigia, coveiro ou gari, mas eu resolvi lota-lo como gari do matadouro da cidade e ele ainda nem assumiu a nova função", afirmou a prefeita. 

Ainda de acordo com a prefeita, o vereador começou a alegar que estava sendo perseguido quando ela o transferiu pela primeira vez. "Quando eu assumi, chamei ele para ser meu motorista, mas, de repente, tudo que eu falava no carro vazava, então eu resolvi manda-lo para a Secretária de Saúde. Depois disso ele sempre vem fazendo oposição."

Edimê Oliveira afirma que a mudança não foi uma decisão política e que o vereador agora tem que optar se fica com o salário de vereador ou com o de serviços gerais. A prefeita disse ainda ter documentos para comprovar a situação.  

Graciane Sousa e Luiz Carlos Júnior (especial para o Cidadeverde.com)
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