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Empresa lança cigarro eletrônico de canabis na França

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Apesar de possuir as sanções mais severas, a França é o pais com o maior número de consumidores de canabis da Europa. Frente ao fracasso da politica contra a substância, um grupo de economistas empreendeu um estudo sobre a sua legalização. A conclusão é sem apelo: um quadro menos repressivo representaria inúmeras vantagens.

O estudo foi divulgado na mesma semana que a empresa Kanavape anunciou a intenção de comercializar o cigarro eletrônico de canabis no pais.

A França consagra 568 milhoes de euros à luta contra essa substância ilicita a cada ano (custo policial, judicial e carcerário), para um resultado medíocre: meio milhão de franceses fumam maconha cotidianamente. Legalizar a canabis seria um bom negócio sob o plano sanitário e financeiro? Parece que sim.

Os autores do estudo apontam três cenários. Entre vantagens e desvantagens, a descriminalização pode mesmo gerar uma receita anual de dois bilhões de euros para o Estado
Os economistas Christian Ben Lakhdar (Université Lille 2), Pierre Kopp (Panthéon-Sorbonne) e Romain Perez, que desenvolveram o estudo “Canabis: regular o mercado para sair do impasse”, fazem parte do instituto Terra Nova.

A organização conta com mil membros e tem por objetivo produzir e difundir soluções politicas na França e na Europa. Ela também é conhecida por suas posições liberais em assuntos de sociedade.

Opçao uruguaia

Dos três cenários apresentados, os autores exprimiram a preferência pela legalização como um monopólio do Estado, na perspectiva que a canabis vai se tornar um bom mercado como o tabaco (opção escolhida pelo Uruguai).

Ao preço de 8,40 euros o grama, com uma taxação de 80% equivalente a do cigarro, eles estimam uma receita anual da ordem de 1,3 bilhão de euros para o Estado.

Quanto às despesas, estas seriam reduzidas em 92% (com o desaparecimento dos custos de Justiça e da Policia), fechando a conta em 1,8 bilhão de euros. A demanda e a procura regulada pelo mercado, representaria no total 2,1 bilhões de euros a mais nos cofres públicos.

Cigarro eletrônico de canabis

A julgar pelas declarações da ministra da Saúde, Marisol Touraine, sobre a venda de cigarro eletrônico de chanvre (uma variedade de canabis sem THC), o estudo dos três economistas não vai merecer nenhuma atençao do governo francês.

Um dia depois da sociedade Kanavape anunciar a intenção de lançar o cigarro eletrônico aos extratos de canabis no mercado, ela afirmou que vai acionar a Justiça para proibir a comercialização do produto. “Eu sou contra (…), porque constitui uma incitação ao consumo de canabis que é “potencialmente repreendivel pela lei”, disse.

A sociedade franco-tcheca apresentou o seu e-cigarro, na ultima terça-feira, em Paris, como o “primeiro vaporizador aos canabionoides 100% legal”. O anuncio foi amplamente divulgado nos meios de comunicação.

Kanavape assegura que o produto “oferece os beneficios dos cannabinoides (anti-stress e relaxante) sem os efeitos psicotrópicos, graças a extração das moléculas do chanvre sem THC”. Mas Touraine foi taxativa: “vou lutar pela proibiçao”.

Fonte: Brasileuro

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