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Com cartolas de férias, Grêmio tem Felipão na berlinda

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A terceira passagem de Luiz Felipe Scolari pelo Grêmio pode estar próxima do seu final. O treinador gremista, que ganhou quase tudo pelo tricolor na década de 1990, não vive um bom momento no comando gremista neste início de temporada.  Nos cinco jogos do Campeonato Gaúcho, o Grêmio venceu dois e perdeu três partidas, sendo duas derrotas dentro da Arena do Grêmio.

Mesmo não tendo um grande peso, o título do Campeonato Gaúcho é uma das prioridades da atual direção gremista. Sem ganhar o estadual desde 2010, o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, destacou durante a campanha para a presidência, no ano passado, que o Grêmio precisava voltar a vencer, e o Gaúcho é uma das metas.

Só que o atual momento gremista na tabela não é nada positivo. Hoje o Grêmio está na décima colocação, com seis pontos ganhos. Como só classificam os oito primeiros, o Grêmio, neste momento, estaria fora da próxima fase do estadual.

A derrota no último sábado, para o Veranópolis, por 1 a 0, dentro da Arena, parece ter sido o estopim de uma forte crise nos bastidores do tricolor. Antes do final da partida, Felipão saiu do banco de reservas e foi para o vestiário. Na entrevista coletiva, o treinador explicou estar envergonhado com os resultados.

“A equipe não apresenta nada daquilo que a gente faz no treinamento. Não adianta ficar enganando a torcida do Grêmio. Não criamos nada, os adversários vêm aqui e tomam conta do jogo”, destacou o treinador gremista na entrevista após o jogo.

A relação entre o técnico e os jogadores não está nada boa. Entre os mais jovens, mesmo com o lançamento de vários da base no time titular, o treinador gremista não goza de um bom prestígio. Muitos garotos reclamam da maneira ríspida como são tratados durante os treinos por Felipão e o seu auxiliar técnico Flávio Murtosa.

Entre os mais experientes, a reclamação é em relação ao método de treinamento. Durante a semana, alguns dos jogadores treinam em uma posição, mas na hora do jogo Felipão acaba escalando o atleta em outra função. Situação que vem acontecendo com frequência.

“Temos que diagnosticar o que está acontecendo para solucionar as questões internas. Como torcedor é claro que não estou satisfeito. Como dirigente, eu tenho que diagnosticar porque os resultados não estão aparecendo para depois tentar resolver”, destacou o mandatário gremista Romildo Bolzan Júnior, após a derrota para o Veranópolis.

O treinador gremista, antes do início do estadual, sempre deixou claro que o atual grupo de jogadores era suficiente para tentar ganhar o Campeonato Gaúcho. O que Felipão não contava era que a direção gremista, devido ao momento financeiro caótico em que vive o clube, negociaria os seus dois centroavantes, Barcos e Marcelo Moreno, além dos volantes Riveros e Matheus Biteco.

Os reforços que chegaram são jogadores que vieram mais por estarem livres no mercado do que pela qualidade técnica. Entre eles está o meia Douglas, que retornou ao Grêmio por um pedido do técnico Felipão. Dono de uma boa qualidade técnica, o meia foi muito contestado na sua primeira passagem pelo tricolor por não se comprometer com a marcação dentro de campo. “Eu não vou dar carrinho em campo para agradar o torcedor”, disse Douglas no seu retorno ao tricolor.

Os dirigentes que trabalharam com Douglas na sua primeira passagem pelo Grêmio alertaram Felipão sobre o comportamento do meia dentro e fora de campo, mesmo assim o treinador bancou a contratação de Douglas afirmando que o meia iria render com ele. O que não vem acontecendo, tanto que Felipão não anda nada contente com a aplicação do meia durante os jogos.

Atualmente o departamento de futebol do Grêmio é composto pelo vice presidente de futebol, Fábio Koff, e o executivo de futebol Rui Costa. Por problemas pessoais, Koff está ausente do departamento de futebol e nomeou Adalberto Preis para ser, temporariamente, o dirigente político no futebol gremista. Porém, Preis está de férias na Alemanha e só retorna no final do mês de fevereiro.

Mas a forte crise no futebol gremista pode fazer com que Koff antecipe o seu retorno para tentar dar um basta nos problemas dentro de campo e no vestiário tricolor. A primeira atitude é definir se Felipão deve ou não continuar após os últimos resultados, além do ambiente com os jogadores.

Existe uma corrente entre alguns dirigentes que apoiaram a candidatura de Romildo Bolzan Júnior para que o interesse da seleção Japonesa em contratar Felipão deixe de ser especulação e vire realidade, com o treinador aceitando a proposta.

“Seria uma saída positiva para todos nós. O Felipão é um treinador que vai estar sempre na história do Grêmio pelos títulos que conquistou, mas o atual momento não é bom. Ele anda chateado pelo trabalho não estar refletindo em campo. O melhor seria uma saída sem traumas para o Grêmio e para o Felipão”, disse um conselheiro gremista, que pediu para não ser identificado, para a reportagem do Terra.


Fonte: Terra

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