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Ministério da Justiça indeniza única mulher perseguida e presa pela ditadura no Piauí

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A advogada Iracema Santos Rocha, única mulher piauiense presa e perseguida durante o regime militar do Estado, foi indenizada pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. A informação foi confirmada nesta semana.

Foto: Thiago Amaral/Cidade Verde

Ela irá receber uma pensão e será indenizada em mais de R$ 150 mil pelas torturas no período da ditadura. 

Iracema Santos Rocha, 87 anos, é também professora e jornalista e recebeu a notícia da anistia do Ministério da Justiça ontem (4). Ela ficou presa por cerca de 30 dias no quartel do 25º BC durante o período de chumbo e sua família foi perseguida.

Durante o regime militar, Iracema Santos perdeu os empregos de professora da Ufpi (Universidade federal do Piauí) e o cargo no Incra. À frente da luta em razão dos direitos da mulher, ela era presidente da Liga Feminina Trabalhista.

"Acho justo, mas essa justeza me dói. Eu não merecia ter sofrido tudo isso. Eu me emociono quando lembro porque foram momentos de humilhação. Eles não chegaram a me agredir fisicamente, mas passei dias sem comer, meus filhos foram perseguidos, zombavam deles. Isso tudo foi muito triste e me deixou bastante traumatizada", relata a advogada.

Anistia – A Lei da Anistia Política foi promulgada em 1979, no governo do presidente João Baptista Figueiredo, para reverter punições aos cidadãos brasileiros que, entre os anos de 1961 e 1979, foram considerados criminosos políticos pelo regime militar. A lei garantia, entre outros direitos, o retorno dos exilados ao país, o restabelecimento dos direitos políticos e a volta ao serviço de militares e funcionários da administração pública, excluídos de suas funções durante a ditadura.

Em 2002, uma nova lei foi promulgada para ampliar os direitos dos anistiados. Ela vale para pessoas que, no período de 18 de setembro de 1946 até 5 de outubro de 1988, foram punidas e impedidas de exercerem atividades políticas. Entre outros direitos, a anistia garante o pagamento de indenização.

 

Flash Jordana Cury
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