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Filha de Kurt Cobain diz que pai "abandonou a família do jeito mais horrível possível"

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Frances Bean Cobain, 22, única filha de Kurt Cobain (1967-1994) com Courtney Love, concedeu uma entrevista à revista Rolling Stone americana, falando sobre o pai, que se suicidou em 1994 e sua banda, o Nirvana, que mudou a história do rock nos anos 90.

Ela, uma das produtoras executivas do documentário Kurt Cobain: Montage of Heck, a ser lançado este ano, contou que não é lá muito fã do trabalho do pai. "Realmente não gosto tanto assim de Nirvana. Desculpe, gente", falou ela, especialmente levando em conta que o longa já é considerado um dos registros mais completos da obra e vida de Cobain. "

A cena grunge não é a que estou interessada", completa, mas cita logo em seguidas algumas músicas. "Territorial P*ssings é uma música absurdamente incrível. E choro cada vez que ouço Dumb. É uma versão nua e crua da percepção de Kurt sobre si mesmo, seja com relação às drogas, à saída das drogas, sobre sentir-se desconfortável netse mundo ao ser considerado 'a voz de uma geração".

Frances, que tinha 1 ano e 8 meses quando o pai morreu, disse que sente uma mágoa do líder do Nirvana. "Ele nos abandonou do jeito mais horrível possível". Para ela, que decidiu investir na carreira musical, é inveitável fugir da sombra dos pais (Courtney Love, sua mãe, foi vocalista da banda Hole, que chegou ao fim em 2012). "Percebi que não tem como escapar. Mesmo se eu estivesse em um carro ou o rádio estivesse ligado em algum outro lugar, lá está meu pai. Ele é maior que a vida e nossa cultura é obcecada por artistas mortos. Gostamos de colocá-los num pedestal", completou.

"Ele inspirou as pessoas a colocá-lo num pedestal, a se tornar santo Kurt. Se tornou ainda maior depois de sua morte do que antes. Você acha que não consegue ficar mais grandioso, mas fica", filosofou a cantora. "Kurt chegou a um ponto onde ele teria que sacrificar a si mesmo em nome de sua arte, porque o mundo exigia isso dele. Eu acho que foi um dos motivos que o levou a não querer mais ficar aqui e que todos seriam mais felizes sem ele", completou Frances, que reconhece o talento do pai.

"Há, em todo grande artista, uma pouco de loucura, de temperamento maníaco. Tantas pessoas ficam felizes em sossegar, mas meu pai tinha muito sobre os ombros dele, algo que excedia sua ambição. Ele queria que sua banda fizesse sucesso, mas ele não queria que fosse a p**** da 'voz de uma geração'. Na verdade, se ele estivesse vivo, eu teria um pai. E isso teria sido uma experiência incrível".

Durante o lançamento de Kurt Cobain: Montage of Heck, no Festival de Sundance, Frances falou sobre o fascínio do público diante de Cobain. "Embora Kurt tenha morrido de forma trágica, há uma mitologia e romantismo que o rodeia, porque ele terá 27 anos para sempre. A validade de um artista ou músico não é particularmente longa. Kurt virou o status de ícone porque nunca vai envelhecer. Ele sempre será relevante naquele tempo e sempre será bonito", disse ela à época.

Frances ainda bebê com os pais, Kurt Cobain e Courtney Love

 

Fonte: Quem

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