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PMs suspeitos de matar Eduardo no Alemão prestam depoimento no Rio

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Três dos 14 policiais militares envolvidos na ação que resultou na morte do menino Eduardo de Jesus, de 10 anos, no Conjunto de favelas do Alemão, Zona Norte do Rio, voltaram a prestar depoimento nesta terça-feira na Divisão de Homicídios da capital, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. Dois deles confirmaram no primeiro depoimento que dispararam tiros na ocasião.

Os PMs, que não tiveram os nomes divulgados permaneceram na unidade por cerca de três horas. Eles chegaram e saíram escoltados por outros PMs e esconderam os rostos. Esperados para depor desde o dia 6, eles receram licença médica por estarem abalados psicologicamente com o episódio. A licença foi prorrogada, nesta segunda (13), por mais oito dias, mas foi concedida uma autorização da oficial-médica da PM para que eles prestassem depoimento, segundo informou o advogado Rafael Abreu Calheiros ao G1 nesta terça.

Segundo o defensor, os três PMs reiteraram que atiraram porque foram atacados. "Aonde eles estavam é chamado 'quadrado do tráfico'. É uma área de alta particulosidade. Já teve um policial que foi morto lá", disse o defensor, enfatizando que "numa  agressão, houve uma justa reação".

O advogado destacou que nenhum dos PMs admitiu ser o autor do tiro que atingiu o garoto. "Não existe admissão de nada. Eles tiveram enfrentamento com meliantes e, infelizmente, aquele menininho estava na linha de tiro. Mas eles não admitem, eles não sabem, aliás, nem o delegado sabe ainda, não tem nem ideia, se o tiro partiu dos meliantes ou dos policiais", disse Rafael Calheiros.

O defensor destacou que ambos devem participar da reconstituição do crime, que ainda não tem data definida, e que todos podem vir a prestar novos depoimentos. Calheiros representa os dez policiais do Batalhão de Choque e os quatro da UPP Alemão que participaram da ação.

Tiro de fuzil

Eduardo foi atingido por uma bala de “alta energia cinética”, possivelmente disparado de um fuzil, na porta de casa, no dia 2 de abril. Na ocasião, policiais militares tinham sido atacados por suspeitos, e estavam revidando a agressão numa área de mata, conhecida como Areal.

O advogado do PM disse que, no momento da morte de Eduardo, traficantes tinham atirado contra os policiais, que revidaram o ataque.

“É importante frisar que não houve uma confissão. O PM estava no meio de um confronto e respondeu a uma injusta agressão e houve uma fatalidade, que foi a morte do menino. A PM tem todo interesse em ver esse caso resolvido e não está se opondo a nada. Todos os policiais prestaram depoimento mais de uma vez, tiveram as armas recolhidas e vão participar da reprodução simulada. Obviamente, que por questões de segurança, sem se mostrar”, destacou o advogado.

A DH também pretende ouvir mais uma vez os pais do menino Eduardo, que devem retornar de Corrente (PI), nesta quarta. Só depois será marcada a reprodução simulada do caso.

 

Fonte: G1

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