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Mães aderem às atividades físicas na gravidez e têm filhos saudáveis

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   Apesar da barriga quase “chapada”, a modelo teve um bebê saudável, no último dia 14 de abril  

A modelo Sarah Stage provocou grande polêmica no país ao exibir uma barriga "sarada" aos 9 meses de gestação. As críticas foram tantas que a jovem foi tida como "anoréxica", mas o bebê nasceu saudável, com 55 centímetros e 3,9 quilos - maior e mais pesado que a média dos bebês brasileiros. Apesar de comprovar que é possível ter uma gravidez perfeita, sem engordar muito, a realidade de Sarah não é mesma da maioria das mães, que luta a todo custo para ganhar apenas um quilo por mês nesse período. E, depois de 40 semanas engordando, o pesadelo é não conseguir voltar ao corpo de antes.

 

“Quando a minha filha Lara nasceu, eu estranhei bastante a minha barriga. Ao tomar banho pela primeira vez, vi a barriga murcha, caída. Fiquei chocada. Durante toda a gestação, ganhei mais de 10 quilos e só consegui perder três deles, mesmo já tendo feito o parto há cerca de seis meses”, conta a estudante Evelyn Leal, 22 anos, que foi liberada pela obstetra para fazer atividades físicas somente três meses após a cesariana.

 

A preocupação com o corpo tem feito cada vez mais gestantes aderirem às atividades físicas mesmo durante a gravidez. É o caso da recepcionista Gizélia Meneses, 32 anos, que deu apenas uma pequena pausa na malhação quando os exames comprovaram que um bebê estava a caminho. “Meu médico pediu apenas que eu esperasse até completar os três meses para voltar a malhar. Sou atleta desde os 17 anos e cumpria treinos de força e definição quando engravidei”, lembra. Gizélia ressalta que, mesmo com os exercícios, engordou 11 quilos até os oito meses de gestação. Ela só parou de malhar quando completou nove meses.

 

Voltando à boa forma

De acordo com a educadora física Lícia Neiva, quando a gravidez é tranquila, é possível se exercitar até o nono mês, sem riscos para o bebê e para a mãe. Entretanto, a prática só é recomendada no primeiro trimestre se a mulher já era acostumada com as atividades. “E, mesmo assim, recomendamos que as cargas e volumes sejam reduzidos nesse período, para reduzir os riscos de abortos espontâneos”, diz. A especialista observa que os exercícios devem ser adaptados a cada fase da gestação, proporcionando um corpo forte e flexível para o momento do parto e para o rápido retorno à forma anterior.

 

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     Educadora física orienta as mães a fazerem exercícios leves após o parto / Buscar foto nos arquivos da RCV  

Lícia recomenda que, quando o parto não é cirúrgico, a mulher pode retornar às atividades físicas a partir dos 15 dias do nascimento da criança, porém, sem exageros, para não prejudicar a amamentação. “Mas, no caso de partos cesarianos, existe a necessidade de cicatrização e de liberação médica. Portanto, fazer exercício só é recomendado, pelo menos, um mês após o parto, variando de acordo com a individualidade de cada mulher”, esclarece.

 

Lícia observa que de início, a mãe deve fazer apenas atividades aeróbicas, alongamentos e exercícios para tonificar a musculatura abdominal e dorsal, para garantir que a barriga e a postura retornem à forma anterior à gravidez. “A mãe pode fazer caminhadas, corridinhas leves, musculação, pilates, ioga ou ginástica localizada”, por exemplo.

 

 

Exercícios com o bebê

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        Evelyn copia exemplos de exercícios físicos com bebês e aproveita as atividades com a filha

A universitária Evelyn Leal conta, entretanto, que uma das principais dificuldades para conseguir voltar à boa forma é ter que se afastar do bebê para ir à academia. “Minha filha só mama e a frequência de mamadas aumenta quando ela adoece ou toma alguma vacina, porque ela fica mais sensível. Por isso, mesmo com toda a insistência, eu não consigo malhar durante o mês inteiro. Vou apenas por cerca de duas semanas em cada mês”, acrescenta.

Uma das saídas que a estudante encontrou foi fazer exercícios com o bebê – uma moda que tem tomado conta das redes sociais, principalmente através de vídeos. “Eu vejo várias imagens de mamãs fitness e isso me inspira. Logo, comecei a fazer algumas atividades com a Lara”, relata. A educadora física observa, entretanto, que o ideal é que as mães procurem sempre a ajuda de algum profissional do assunto, para não correr o risco de exagerar nas atividades. “Porém, é possível fazer boas caminhadas empurrando um carrinho de bebê e, quando o bebê está maiorzinho, é uma ótima companhia para os exercícios. Pode-se, por exemplo, fazer uma sequência de ginástica localizada usando o bebê como sobrecarga para pernas e braços”, cita.

 

 

A influência da alimentação

Apesar de todos os cuidados com os exercícios, os especialistas no assunto são unânimes ao afirmar que adotar uma alimentação saudável é fundamental para o funcionamento adequado do metabolismo. A nutricionista Juliana Furtado explica que seguir uma dieta equilibrada é um grande diferencial na gestação e no pós-parto.

 

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     Nutricionista explica como deve ser a alimentação durante e após a gestação.  

Apesar de todos os cuidados com os exercícios, os especialistas no assunto são unânimes ao afirmar que adotar uma alimentação saudável é fundamental para o funcionamento adequado do metabolismo. A nutricionista Juliana Furtado explica que seguir uma dieta equilibrada é um grande diferencial na gestação e no pós-parto.

 

“Na gravidez, o feto necessita de alguns nutrientes essenciais, que devem, inclusive, serem ofertados com a ajuda de suplementação oral, receitada pelo médico, como o sulfato ferroso e o ácido fólico. Eles participam diretamente da formação do tubo neural do bebê, além da formação de células e tecidos”, afirma a nutricionista.  Alguns dos alimentos que possuem esses nutrientes são: leguminosas como feijão, grão de bico e ervilhas, além de carnes, ovos, leite e vegetais.

 

Juliana também alerta que, quando a gravidez não é planejada, o acompanhamento nutricional é fundamental porque a mãe pode já apresentar carências nutricionais da pré-gestação. “Há sérias complicações gestacionais que podem ser desenvolvidas, caso a gestante não se alimente de forma equilibrada. Dentre as mais comuns estão: o diabetes gestacional, que pode até se tornar uma doença crônica após a gravidez, e a eclampsia, que pode causar a morte tanto da mãe como do bebê. Ambas podem ser controladas através da alimentação e, em alguns casos, com tratamentos medicamentosos”, completa Juliana.

 

O segredo é amamentar

Já após o nascimento do bebê, a dica da nutricionista é amamentar por seis meses. “Esse período de amamentação exclusiva é fundamental para regular toda a parte hormonal, que foi alterada durante a gestação. Além disso, a alimentação da mãe deve ser diferenciada, para que todos os nutrientes necessários sejam repassados para o bebê e garantam seu crescimento”, pontua.

A nutricionista orienta ainda que devem ser priorizados alimentos “in natura”, ou seja, sem aditivos ou conservantes. “Também deve-se evitar o uso de medicamentos sem prescrição médica, adoçantes, cafés e chás, pois eles podem causar desconforto ao bebê, gerando cólicas e gases”, finaliza.

 

Por Jordana Cury e Marta Alencar
Fotos: Wilson Filho

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