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Prestes a dar à luz, jornalista escreve carta para filha

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Se necessário for, por um filho (a), a mãe é capaz de qualquer coisa e pode até adotar medidas extremas para vê-lo feliz, saudável... Lendo a carta da Jordana Cury, jornalista do Cidadeverde.com, não temos dúvidas das peripécias que uma mãe é capaz de fazer para proteger sua cria. A convite do site, ela escreveu uma carta para Sophia, sua primeira filha que vai nascer na próxima semana, em um mês especial. As palavras são para quando a pequena Sophia completar seus 15 anos.

Não é preciso resumir, a mensagem é para sentir e se emocionar... Seja bem-vinda Sophia. Abraço de toda equipe do Cidadeverde.com

Veja na íntegra a carta: 

Teresina, 9 de maio de 2015

Filha,

Você pode achar que não, mas eu conheço você mais do que ninguém. No auge da sua adolescência, você deve achar que eu não te enxergo e que nós somos completamente diferentes, mas filha, eu conheci você antes mesmo do teste de gravidez dar positivo. Eu vi você crescer aqui dentro, entendi todos os seus chutinhos, todos os seus movimentos. Sophia, você foi crescendo e mudando meu corpo, mudando meu jeito.  E isso foi incrível! Hoje estamos nós aqui, com 9 meses, e mesmo eu estando tão redonda, tão inchada, eu nunca estive mais feliz em toda minha vida – nem mesmo quando eu estava magérrima, com o corpo atlético e musculoso, eu me senti tão linda ao olhar no espelho. Filha, nós estamos completas, perfeitas. Você me faz assim.

Você está prestes a nascer, mas essa carta é para a minha filha já adolescente. Querida, os pais erram, e erram feio, mas sempre tentando acertar. Esse clichê é a mais pura verdade. Muitas vezes, o diálogo é difícil e eu pareço incompreensiva, severa demais. Essa sou eu querendo te proteger. Filha, eu já tive sua idade, já vivi esses conflitos, já achei que o mundo estava contra mim e que deixar de ir àquela festa para onde a turma toda foi convidada vai acabar com a minha vida. Filha, eu também achava que a minha mãe não me amava o suficiente e também tinha certeza que eu estava certa em tudo. Filha, eu fui injusta com a minha mãe e só hoje, grávida, eu percebi isso. É impossível, filha, que eu não te ame. Independente de como você seja, independente de como você se comporte, eu te amo tão profundamente que às vezes eu tenho mesmo que ser dura.

 

Filha, a vida pode ser cruel e eu tenho a obrigação de te preparar para isso. Eu não posso ceder tanto, porque sei que, no futuro, seus chefes não vão ceder. Seus próprios professores não cedem também. Minha mãe me fez aprender isso e você não tem ideia de como é útil. Se hoje eu trabalho aos nove meses de gestação, é porque sua avó me ensinou a ter essa força e isso eu quero passar a você. Talvez, filha, eu não te deixe uma bela herança, vários imóveis e alguns carros na garagem. Mas eu quero te deixar fibra, garra, princípios, honestidade, vontade de crescer e, acima de tudo, eu quero que você tenha fé – filha, é isso que move o mundo. Seja no que for, em que religião for, tenha fé. Você é capaz de fazer tudo acontecer, você é forte para enfrentar qualquer problema. Eu sei disso. Eu conheço você. Filha, quando você tinha apenas 2 meses aqui dentro, eu passei por um problema e quase te perdi. Muita gente achou que você não se desenvolveria, mas você ficou lá, firme e forte, agarrada ao meu útero, viva. Foi aí que eu tive a certeza de sua garra. Era como se você me dissesse: “Mãe, confia em mim. Eu consigo” e meu amor por você foi me inundando mais e mais. Eu sou sua primeira fã, pode ter certeza disso.

Sabe, filha, a emoção mais forte que eu tive até hoje não foi o meu casamento, não foi a minha formatura, nem o meu primeiro emprego. Foi ouvir seu coração batendo pela primeira vez. Eram 165 batimentos por minuto, bem rapidinho. Fazia apenas 6 semanas que você estava aqui dentro e você já era tão minha. Eu já era tão sua. Tudo na minha vida já era para você: todas as compras, todas as decisões tomadas, todas as renúncias, todos os sorrisos e todas as lágrimas. Filha, eu não me arrependo de nada, nem por um segundo. Hoje eu entendo o que faz uma mãe largar tudo, hoje eu entendo de onde vem tanta força para lutar por um filho. Mãe é bicho bobo.

Estou escrevendo tudo isso para você, querida, porque você nasce daqui a pouco. E, se minha vida já tinha mudado, imagine agora, como vai ser. A ansiedade me consome, filha. E esse medo de não ser uma boa mãe é latente. Eu quero ser tudo para você, ao mesmo tempo em que sei que vou ter que me segurar e deixar você trilhar o seu caminho com seus próprios passos. Quero que saiba que quando você se machuca, a dor em mim é maior. Quando você sorri, minha felicidade se completa. E sabe como eu sei disso antes de você nascer? Porque eu sou sua mãe. 

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