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Após denúncia de Glória Perez sobre estelionato, mãe de criança desabafa

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No último sábado, 30, Glória Perez usou suas redes sociais para fazer uma denúncia de estelionato. Mulheres estariam usando seu nome para buscar crianças para uma série sobre sua filha, Daniella Perez, morta em 1992.

O folhetim seria escrito por Glória, dirigido por Mauro Mendonça Filho e teria um elenco de peso, como Fernanda Montenegro e Bruno Gagliasso. “Estelionatários em São Paulo convidando pessoas para fazer teste em uma minissérie supostamente escrita por mim sobre minha filha Daniella! Aviso a todos que é golpe! E peço à polícia de São Paulo que ponha um fim nessa patifaria”, disparou Glória no Facebook.

Nesta terça-feira, 2, a autora conta que tomou conhecimento do caso há dois meses, quando um policial ligou para sua casa para contar o que estava acontecendo. "Só resolvi abrir o assunto publicamente agora porque não queria atrapalhar as investigações da polícia", diz ela.

A história se desenrola desde 2014, quando duas mulheres entraram em contato com algumas crianças para fazer o teste para a tal série. Um perfil falso de Glória Perez no Facebook também aliciava mães com a proposta de trabalho. Simone Freitas, mãe de duas crianças convocadas para a avalição (sendo uma delas, “selecionada” para o elenco), relembra como tudo começou.

“Em novembro, elas reuniram o elenco com os pais e falaram: ‘As meninas vão viajar para o Rio de Janeiro, vão ficar em uma fazenda. Vão de helicóptero, porque não tem acesso de carro, nem de ônibus. A fazenda é do meu marido, que é diretor da Petrobras. A Glória pediu a ele para emprestar a fazenda. Só que as meninas vão ficar sem celular'. Meu marido então falou que sem comunicação a Maria Carolina não ia”, relembra Simone.

"Ele provavelmente lembrou de 'Salve Jorge'", compara Glória, citando sua novela protagonizada por Nanda Costa, cuja personagem era traficada para a Turquia.

Mãe enganada abrigou estelionatária

No esquema, ainda havia a presença de um coreógrafo que ensaiava as crianças no apartamento de uma das mulheres do esquema em um condomínio no bairro de Moema, em São Paulo, e não sabia de toda a farsa. "Quando eu e ele conversamos, vimos que a história não estava batendo. O contrato nunca vinha. Falei que ele estava sendo enganado”, lembra Simone.

“As crianças trabalharam de graça, não tiveram férias, não puderam viajar. Teve mãe que perdeu casamento de filho, dinheiro... Elas fizeram um inferno na vida gente”. Ela ainda conta que, durante o período dos ensaios, uma das mulheres fazia o papel da Daniella Perez: “Fingia, né?”.

Simone garante saber quem são as pessoas e diz que chegou a abrigar uma delas em casa. “Ela tem mania de ficar na casa dos outros. Ficou oito dias aqui. Sei quem é, onde mora, CPF, sei tudo. Só não sei o nome da outra, só tenho o nome fictício”, conta.

Em janeiro, Simone reuniu todas as provas e foi até a Polícia Federal. “Abriram inquérito. Depois, em fevereiro, me chamaram para conversar e saber da história. Depois perguntei para a agente, ela disse que não era caso de Polícia Federal, não acharam nada de pedofilia. Fiquei decepcionada com a polícia”, completa.

Após alguns meses, Simone tomou coragem e enviou uma mensagem para Glória Perez, que já sabia do caso e escreveu a mensagem no Facebook no último final de semana ao ver que a polícia não tinha avançado no caso.

“Ela postou isso no sábado. Tremia que nem vara verde. De algum jeito, deu certo. Daí começamos a conversar. Ela me ligou. Contei toda história. Ela ainda não sabe de muita coisa. Tenho tanta coisa no meu celular, que se enviar, passo o ano todo mandando”, completa Simone.

Com a denúncia de Glória, Simone renovou as esperanças diante do caso. “Agora vai! Não precisa mais de mim”. Para a autora, a história ainda segue muito nebulosa. "Não sabemos a finalidade do esquema, mas coisa boa com certeza não é. Tudo é muito estranho", avalia ela, informando que umas das pontas da quadrilha estava na Argentina. A reportagem entrou em contato com a Polícia Federal, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

Fonte: EGO.

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