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Com juros altos, dívidas mais do que dobram em 1 ano no país

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A taxa de juros média dos empréstimos para pessoas físicas chegou a 121,96% ao ano em maio, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Isso significa que, ao contrair uma dívida de 100 reais, após um ano o tomador paga 221,96 reais para quitar o empréstimo e arcar com os juros, de 121,96 reais. Em outras palavras, a dívida mais do que dobra após 12 meses.

Apenas em maio, a taxa de juro média para pessoa física - que representa os juros médios cobrados nas principais operações de crédito do mercado - subiu 0,1 ponto percentual, passando de 6,77% ao mês (119,48% ao ano) para 6,87% (121,96% ao ano).

Essa é a maior taxa para pessoa física registrada desde junho de 2010, de acordo com o levantamento da Anefac.

Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo da Anefac, afirma que o aumento das taxas se atribui a três fatores principais: a elevação da taxa de juros básica da economia (Selic); o cenário de crise na economia brasileira; e a elevação da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), de 15% para 20%, para empresas do sistema financeiro, que têm repassado parte desse ônus às operações de crédito.

Ele afirma que os índices de inflação mais elevados e os aumentos de impostos e de juros têm reduzido a renda das famílias, que também têm sofrido com o crescimento da taxa de desemprego. "Todos estes fatores levam as instituições financeiras a aumentarem suas taxas de juros para compensar prováveis perdas com a elevação da inadimplência", afirma o diretor em nota divulgada à imprensa.

Confira, na tabela abaixo, as taxas médias praticadas em algumas das principais operações de crédito do mercado no mês de maio, segundo o levantamento da Anefac.

De acordo com a Anefac, a taxa Selic passou por uma elevação de seis pontos percentuais de março de 2013 a maio de 2015, subindo de 7,25% ao ano para 13,25% ao ano (elevação de 82,75%).

No mesmo período a taxa de juros para pessoa física apresentou uma elevação de 33,99 pontos percentuais, passando de 87,97% ao ano para os 121,96% (alta de 38,64%). 

A Anefac acredita que, diante do cenário atual, de maior risco de elevação dos índices de inadimplência e de perspectiva de alta da taxa básica de juros, a tendência é de que as taxas de juros das operações de crédito voltem a subir nos próximos meses.

Fonte: Exame.

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