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Zico condiciona candidatura na Fifa a mudanças em "regras do jogo"

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O que surgiu como uma ideia em um jantar com a esposa Sandra, na semana passada, em Berlim, tornou-se coisa séria. Zico está determinado a concorrer à presidência da Fifa para substituir o suíço Joseph Blatter. A candidatura, no entanto, vai depender de mudanças nas “regras do jogo”. O ex-jogador não se vê na disputa caso o atual formato seja mantido, com a necessidade do apoio de cinco federações nacionais para inscrição da chapa.

Gostaria de ratificar a decisão que tomei na Europa. Eu me sinto capacitado a concorrer à presidência da Fifa. É lógico que serão necessárias mudanças de regras no jogo. Com as que estão aí, não há a menor possibilidade, não só com a Fifa, mas também na CBF e nas federações. Da forma que está é um prenúncio para corrupção, que aflige o futebol. Não brincaria com um fato tão sério. Aqueles que conhecem minha história sabem da minha seriedade. Havendo a possibilidade, havendo as mudanças necessárias, serei candidato... Tenho 62 anos e só me lembro de dois presidentes da Fifa: João Havelange e Joseph Blatter. Só há essas duas pessoas no mundo para comandar o futebol? Isso é inadmissível", ressaltou Zico.

Nas regras atuais, um candidato precisa ter trabalhado com futebol em pelo menos dois dos últimos cinco e do apoio de cinco das 209 federações filiadas à Fifa. Na tarde desta quarta-feira, Zico convocou a imprensa para ratificar sua intenção de concorrer ao lugar de Blatter. A iniciativa chamou a atenção da imprensa internacional. Japoneses, alemães, americanos, argentinos... jornalistas de várias partes do mundo acompanharam a entrevista do Galinho, na sede do CFZ, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. No local, o ex-camisa 10 garantiu ainda não ter articulado qualquer apoio de federações, salve um bate-papo informal com dirigentes do Japão, país cujo Zico tem uma forte relação: atuou pelo Kashima Antlers e treinou a seleção.

"Se não mudar, não serei candidato. Não vou gastar meu dinheiro comprando passagens para rodar o mundo e pedir voto. Não conversei com ninguém. Sou contra essa forma de ter de ser indicado por cinco federações. Acho que a corrupção já começa aí. A eleição tem que ser feita pelos seus serviços prestados ao futebol. Deveria haver novas regras. Essa deveria ser uma das primeiras mudanças. A Fifa deve reunir o conselho para saber como serão feitas as novas eleições. Agora é hora de aguardar para ver os próximos passos".

Zico ainda reconheceu que o normal seria começar por um cargo na Confederação Brasileira de Futebol - este teria sido até uma sugestão do amigo Michel Platini, presidente da Uefa. O ídolo do Flamengo, no entanto, frisou que, na atual conjuntura, é mais fácil se candidatar à presidência da Fifa do que tentar uma mudanças na CBF.

"O problema é que hoje existe uma possibilidade maior na Fifa do que na CBF. Aqui, o colégio eleitoral é pequeno, com 27 federações, e a necessidade de ser indicado por oito para concorrer à presidência. Quase todas as federações estão de acordo com o que está ai na CBF. O ideal seria começar aqui no Brasil, mas infelizmente, hoje, as regras do jogo não favorecem as pessoas do meio do futebol".

Reeleito para seu quinto mandato no mês passado, Joseph Blatter anunciou quatro dias depois que deixará em breve o comando da Fifa após as denúncias de corrupção - sete dirigentes, incluindo o brasileiro José Maria Marin, foram presos em Zurique após investigação da Justiça dos Estados Unidos. A Fifa ainda não revelou quando serão as novas eleições, mas elas devem acontecer entre dezembro deste ano e março de 2016.

Fonte: GloboEsporte.com

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