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Mãe de menor morto no CEM fala sobre carta de filho e diz: "Perdoei ele"

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Elisabete Vieira, 35 anos, mãe do adolescente Gleison Vieira da Silva, 17 anos, declarou em vídeo que a carta feita pelo filho é verdadeira e foi entregue pelo garoto na última vez em que ela o visitou no Centro de Internação Provisória (Ceip), no último dia 11 de julho, uma semana antes dele morrer. Ela declarou ainda que o filho lhe pediu perdão chorando e que ela o perdoou. 

No vídeo, gravado pelo radialista Ronaldo Mota no bairro Refesa, em Castelo do Piauí, Elisabete conta que o filho lhe entregou a carta e dois porta-retratos no último dia 11 de julho. Ela afirma que a carta foi escrita por ele, rebatendo acusações de que o material seria falso.

"Acha que eu faria uma carta dessas, para complicar a imagem do meu filho? Ele sabia escrever, sabia ler e me entregou a carta na última vez que eu visitei ele no Ceip", declarou.

Elisabete mostrou ainda um documento da escola onde Gleison estudava, indicando que ele teria estudado até o terceiro ano do ensino fundamental, já sendo alfabetizado. Apesar disso, pela idade, o jovem deveria estar concluindo o ensino médio.

Ela declarou que o filho pediu pessoalmente, assim como escreveu no envelope da carta, para que ela guardasse o material até que ele saísse do período de internação, que duraria três anos.

"Eu vou guardar para o resto da minha vida, saiu das mãos do meu filho para as minhas. Eu sinto muito a falta dele", declarou ela.

A mãe do adolescente disse ainda que perdoou o filho quando ele pediu, chorando, o seu perdão.

"Ele me pediu para eu perdoar ele, ele me pediu pessoalmente. Eu perdoei. Olhando nos olhos, ele chorando e me pedindo perdão. Eu não ia perdoar o meu filho?", declarou.

Foto: Thiago Amaral

O promotor de Castelo do Piauí, Cezário Cavalcante, que acompanha o caso do estupro coletivo, confirmou na tarde desta quarta-feira (22) ao Cidadeverde.com a existência da carta escrita pelo adolescente e informou que o material será anexado ao processo.

“Eu tirei xerox da carta e anexei ao processo. Ela disse que tinha perdoado o filho e que ele se mostrava arrependido pelo crime e pedia perdão por não ter ouvido ela. É uma carta bem carinhosa”, disse o promotor.

Gleison foi espancado até a morte na última sexta-feira (17) dentro de alojamento do CEM (Centro Educacional Masculino). Ele e mais quatro pessoas – entre eles três adolescentes – dois de 15 anos e outro de 16 anos – são acusados de estupro coletivo contra quatro garotas no município de Castelo do Piauí, crime ocorrido no dia 27 de junho deste ano. Os suspeitos de matarem Gleison são os outros três adolescentes suspeitos do estupro coletivo.

 

Maria Romero
[email protected]

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