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Tetraplégica, Laís Souza cogita futuro no esporte: "Talvez seja uma paratleta"

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Vivendo em uma cadeira de rodas desde o acidente de esqui que a deixou entre a vida e a morte, no início de 2014, Laís Souza pode, em breve, ter um novo rumo no esporte. A ex-ginasta olha com carinho a possibilidade de praticar bocha adaptada e se tornar uma paratleta. 

“Tenho ideia de algumas coisas. Conheci a bocha adaptada, que não precisa ter muitos movimentos para praticar. Tem uma equipe profissional no Rio de Janeiro e pretendo conhecer. Talvez eu seja uma paratleta em breve”, revelou Laís, durante um debate que participou nesta terça-feira, em São Paulo.

A modalidade seria a única que atenderia o grau de lesão da ex-ginasta, de 26 anos, que devido a uma lesão na coluna cervical perdeu os movimentos do pescoço para baixo. Na bocha adaptada, com o auxílio de uma rampa, é possível que os atletas controlem o lançamento das bolas utilizando apenas a cabeça.

Embora cogite experimentar a nova modalidade, Laís ainda não teve contato com a bocha. Disputar as Paralimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, portanto, é apenas uma possibilidade. “Tudo vai depender de como for o meu desempenho. E se eu começo a treinar e sou horrível?”, explicou.

Atleta da ginástica até 2013, Laís aceitou um convite da Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN) para integrar a equipe de esqui aéreo nas Olimpíadas de Inverno de Sochi, no ano passado. Mas durante um treino nos Estados Unidos, pouco antes de competição, sofreu um acidente que causou uma lesão entre as vértebras C2 e C3, que a deixou tetraplégica.

Depois de ficar com a vida por um fio na UTI, a ex-ginasta e ex-esquiadora iniciou um longo processo de recuperação, trocando a rotina de treinamentos e competições por sessões de três horas diárias de fisioterapia.

Laís lida com uma força inspiradora com as dificuldades que a vida lhe impôs. Cada pequena avanço é comemorado, como as medalhas que se acostumou a ganhar durante a carreira de atleta.

“Primeiro foi começar a falar e a respirar sozinha. Eu cantava na UTI para expandir meu diafragma”, lembrou a ex-ginasta. “Logo depois veio conseguir comer sozinha”, acrescentou.

Ela também aposta em um tratamento experimental com células-tronco para tentar recuperar ao menos parte dos movimentos. Os progressos surgem aos poucos. “Senti melhora na sensibilidade no pé, no braço, nas costas, na barriga”, contou.

Hoje, segundo a própria Laís, cerca de dez pessoas estão ao seu redor para auxiliar na recuperação, entre a fisioterapeuta, equipe médica e de marketing, a mãe e o cuidador, que sempre acompanha, auxiliando nas atividades do dia-a-dia.


Fonte: IG

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