Concluído o sexto dia de Parapan, uma coisa está mais do que clara: o Brasil já não briga com nenhum país no atual quadro de medalhas. Sua luta é para superar suas próprias marcas do passado, com o tricampeonato da competição sendo apenas uma questão protocolar a este ponto.

Quadro de medalhas

Nesta quinta-feira, os atletas nacionais chegaram a 210 medalhas, sendo 86 de ouro. O anfitrião Canadá vem muito atrás, respectivamente com 43 (exatamente a metade!) e 140. De modo que, para relativizar a campanha da delegação do CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro), só mesmo buscando o que o país fez em edições passadas dos Jogos. 

Comparando, então, temos o seguinte: a jornada em Toronto já é a segunda melhor em termos de ouros, ficando atrás apenas das 92 somadas em 1999, na Cidade do México, e também a segunda em total de pódios, perdendo só para os 228 de 2007, edição que foi disputada em casa, no Rio de Janeiro. Com uma sexta-feira gorda em medalhas e o desfecho das modalidades coletivas no sábado, as chances são bem generosas para que ambas as marcas sejam batidas em Toronto.

Atletismo

A pista e o campo do estádio da Universidade de York consagraram mais cinco campeões brasileiros: Verônica Hipolito nos 200m T38, com dobradinha, Thiago Paulino no arremesso de peso F57, João Teixeira no arremesso de peso F37, Claudiney Batista no lançamento de dardo F34/57 e, por fim, Elizabeth Rodrigues no arremesso de disco F54/55.

Mas a grande história do dia fica por conta da presença de um ilustre brasileiro na função de guia. Ninguém menos que o legendário Joaquim Cruz, que acompanhou a norte-americana Ivonne Mosquera-Schmidt, que já teve três tipos de câncer, pelos 800m T12 e nos 1500m T11. Campeão olímpico em Los Angeles 1984, Joaquim se aposentou das pistas em 1997. Hoje ele é técnico da equipe paraolímpica dos Estados Unidos. Leia mais.  

Natação

E Daniel Dias chega ao sexto ouro neste Parapan. Nesta quinta, a quinta medalha veio em prova individual, pelos 50m costas S5. A sexta, porém, teve a participação de uma equipe de altíssimo nível, capaz de abrir nove segundos de vantagem para a concorrência. Daniel, André Brasil, Ruiter Silva e Phelipe Melo venceram desta forma a disputa com o Canadá pelo revezamento 4x100m 34 pontos.

No geral, a piscina também rendeu seis ouros para o país no dia. André Brasil venceu mais uma (os 100m costas S10), assim como Camille Rodrigues, uma das musas do Parapan (100m costas S9). Carlos Farrenberg triunfou nos 100m livre S13, enquanto Matheus Rheine venceu essa prova pela classe S11. 

Coletivos

Os brasileiros tiveram ótimo rendimento. O vôlei sentado tem tanto o time masculino como o feminino já na disputa pelo ouro. Os homens passaram pela Colômbia nas semifinais em três sets, em 1h02min, parciais de 9, 18 e 12. As mulheres bateram as canadenses em 1h, com 20, 11 e 12.

Com uma campanha irretocável até o momento, a seleção de futebol de 7 garantiu lugar na disputa pelo ouro com mais uma goleada, agora por 6 a 0 sobre os Estados Unidos. O time terminou a primeira fase com 22 gols marcados e nenhum sofrido. Já os campeões mundiais do futebol de 5 bateram o México por 4 a 0 e marcaram um reencontro com a Argentina na final.

Pelo rúgbi em cadeira de rodas, o Brasil não conseguiu fazer frente ao Canadá, um dos times mais fortes do mundo, sendo relegado à disputa pelo bronze com a Colômbia, derrotada pelos Estados Unidos, que são outra potência da modalidade.

Ciclismo

Lauro Chaman se tornou um dos medalhistas múltiplos da delegação brasileira em Toronto ao conquistar o segundo ouro em Toronto, agora pelo contra-relógio C1-5. Ele já havia vencido a prova de estrada e também conquistado uma prata no ciclismo de pista, perseguição individual C4-5.

Tênis de mesa

Com três ouros por equipes no último dia de jogos, os mesa-tenistas chegaram a 15 neste Parapan, festejando a melhor campanha da modalidade. Eles entraram como favoritos e não sentiram a pressão.

Fonte: IG