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Caso Makelly: 'criminoso não é apenas pobre e analfabeto', desabafa Baretta

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O coordenador da Delegacia de Homicídios, delegado Francisco Costa, o Baretta, reforça que a Polícia Civil tem convicção da autoria do crime contra a travesti Makelly Castro, assassinada em julho de 2014. Baretta revela que o delegado que preside o inquérito policial, Higgo Martins, irá representar pela prisão preventiva do suspeito ainda esta semana. 

Foto: Wilson Filho/Cidade Verde

O professor universitário e jornalista Luís Augusto Antunes, 31 anos, foi preso na última sexta-feira(28), na avenida Centenário em cumprimento de mandado de prisão temporária suspeito de assassinar Makelly Castro, 24 anos. O laudo cadavérico atestou que a travesti foi morta por asfixia mecânica.
 
Imagens, o carro utilizado pelo suspeito no dia do crime, depoimento de travestis que trabalhavam no mesmo local de Makelly e as declarações de outra travesti, que também teria sido vítima do mesmo suspeito, embasam a investigação da Polícia Civil.

Crimes contra travestis
 
"Todo mundo pensa que criminoso é apenas pobre e analfabeto. Mas, homens casados e da fina flor da sociedade também cometem atos homofóbicos. Isso tudo me chamou atenção e estou elaborando um relatório particular para entregar na Delegacia de Direitos Humanos, para que isso possa ser investigado e assim possamos evitar outras mortes como a de Makelly”, disse Baretta.
 
Makelly Castro foi vista pela última vez no dia 17 de julho de 2014, em frente a uma boate no Centro de Teresina. O corpo foi encontrado no dia seguinte por volta das 7h30 no Distrito Industrial Sul. O atentado homofóbico, contra outra travesti que conseguiu escapar, ocorreu cerca de um mês antes da morte de Makelly.
 
“Os travestis relataram que viram com quem Makelly saiu na noite anterior ao homicídio. A travesti que conseguiu escapar assim que soube da morte de Makelly foi a delegacia e contou que tinha sido vítima do mesmo agressor, que teria tentado mata-la também por asfixia. Após o crime, esse mesmo suspeito teria ido à rua 24 de janeiro para tentar sair com outra travesti, mas com medo, ninguém foi”, explicou o coordenador da Delegacia de Homicídios.
 
A coordenadora de Enfrentamento à Homofobia da Sasc, Joseane Borges, conta que a prisão do professor surpreendeu todos do movimento GLBT. “A gente o via como um amigo de política de está reivindicando e lutando pelos direitos humanos, em sua rede social, ele levantava a bandeira a favor das minorias e isso nos leva a refletir quem está verdadeiramente do nosso lado, se é o amigo ou o inimigo? Com esse caso, aprendemos que não podemos mais acreditar em todas as pessoas que estão ao nosso redor levantando a bandeira, pois não sabemos verdadeiramente que está do nosso lado”, declarou.    

Flash de Graciane Sousa
Redação Caroline Oliveira
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