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Aos 2 anos, menina faz sucesso na web com vídeos sobre alimentação saudável

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“Abóbora japonesa tem triptofano e vitamina A, que é tudo de bom!". A exclamação, que poderia muito bem ter saído da boca de um nutricionista ou da apresentadora Bela Gil, do GNT, é um dos ensinamentos de uma menina de apenas 2 anos e 8 meses, em um vídeo que, em duas semanas, alcançou mais de 120 mil visualizações no YouTube.

A pequena Bárbara Tomita é a estrela do canal Mãe Nutricionista, criado há cerca de dois meses. No início, o objetivo da paulistana Tatiana Tomita, nutricionista por formação e mãe coruja, era compartilhar com parentes e amigos vídeos das refeições de Babi, além de guardar essas imagens caseiras como recordação para a menina. Mas o canal, que agora também tem perfis no Facebook e no Instagram, tem feito crescente sucesso na internet.

E não é à toa. A espontaneidade de Bárbara e o seu conhecimento sobre os ingredientes chamam atenção. A menina é capaz de identificar cada alimento no prato e pronunciar com naturalidade palavras como “betacaroteno”.

— Eu sempre conversei muito com a Bárbara. Quando ela começou a ingerir comida, aos 6 meses, passei a explicar quais eram os alimentos presentes no prato — lembra Tatiana. — Com 1 ano e meio, ela já sabia o nome dos ingredientes e partiu dela a vontade de saber “o que tinha dentro” desse ou daquele alimento, uma curiosidade que, se aguçada, toda criança tem. Foi aí que comecei a explicar a parte nutricional e ver se isso satisfaria sua curiosidade... É por isso que ela “sabe” algumas coisinhas do mundo da nutrição, mas nada a fundo. Ela é apenas uma criança e não sabe a diferença entre vitamina A e C, por exemplo! Essa é só uma das brincadeiras que fazemos durante as refeições para nos divertir.

Ela diz que raramente encontra resistência na menina em experimentar algo novo. Para Tatiana, o segredo dessa conquista — que tantos pais lutam, suam e não alcançam — reside na orientação de um bom profissional no período de introdução alimentar da criança.

— O paladar e as preferências alimentares adquiridos neste período tendem a se estender por toda a vida — diz ela, que tem recebido mensagens de mães que passaram a usar os vídeos como ferramenta para incentivar os filhos a se alimentarem melhor. — São centenas de mensagens diariamente, a maioria de mães agradecendo e dizendo que os filhos, desde bebês até crianças de 13 anos, aceitaram experimentar verduras e legumes porque viram a Babi comendo!

ALIMENTAÇÃO DA MÃE É ESSENCIAL PARA O BEBÊ, DIZ MÉDICO

Chamada por alguns na internet de mini “nutricionista”, Bárbara, pelo menos na hora da refeição, é a criança dos sonhos de toda família. E, segundo o pediatra Hélio Fernandes da Rocha, chefe do serviço de Nutrologia Pediátrica da UFRJ, isso se deve à alimentação saudável da mãe. Ele explica que quanto mais a mãe tiver bons hábitos, especialmente durante a gravidez e o aleitamento, maiores são as chances de o filho também desenvolvê-los.

— Ainda na barriga materna, o bebê tem contato com os sabores ingeridos pela mãe, por meio do líquido amniótico. E as propriedades dos alimentos também passam pelo leite. Tudo isso garante um desenvolvimento cerebral mais estruturado para o resto da vida — afirma o médico.

Ele destaca que o ideal é apresentar muitos alimentos novos para a criança entre 6 meses e 1 ano e meio. Depois desse período, os pequenos costumam entrar numa fase chamada de neofobia, um medo do novo. Passam a rejeitar o que não conhecem até, mais ou menos, os 5 anos.

— O problema se agrava quando a família não sabe lidar com isso.

Para o pediatra, é importante tornar o momento da refeição mais leve.

— Quando o bebê mama no peito, ele fica no colo, aconchegado junto à mãe. É prazeroso. Já quando os pais o colocam numa cadeira, às vezes amarrado para não cair, afastado do corpo da mãe, “ameaçado” com uma colher, ele se sente infeliz. Eu recomendo que a mãe comece a dar comida na colher com o bebê ainda no colo — diz ele, que discutirá o tema no 37º Congresso Brasileiro de Pediatria, em outubro.

Fonte: O Globo

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