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Defesa do professor suspeito de matar Makelly pedirá exumação do corpo de travesti

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Os advogados Marcos Vinícius Brito e Ednaldo Cerqueira vão solicitar à Justiça a exumação do corpo da travesti Makelly Castro, 24 anos, morta em julho do ano passado. A defesa do professor Luís Augusto Antunes, 31 anos, suspeito do assassinato de Makelly, alega que alguns exames importantes para saber a causa da morte da travesti não foram realizados na época do crime. 

Makelly Castro

“O laudo diz que ela não foi morta por constrição cervical, ou seja, não foi por enforcamento, esganadura ou estrangulamento e ainda se notou perfeitamente um cogumelo esbranquiçado na boca da vítima, que popularmente quer dizer baba. Por que não fizeram perícia nessa baba? Ela morreu de que mesmo?”, questiona o advogado Marcos Vinicius Brito, que supõe ter sido por envenenamento. 

Segundo o jurista, esse pedido será realizado assim que o inquérito policial voltar ao Ministério Público. “O inquérito voltou para as mãos do delegado, porque não tem provas contra meu cliente. Foi solicitada a prisão temporária, que não concordo, mas existe esse comando legal, só que não tem elementos para comprovar a autoria”, argumenta o advogado.

O advogado destacou ainda que uma outra travesti que prestou depoimento dizendo ter sido vítima de tentativa de homicídio, não reconheceu seu cliente como o autor da ação. A travesti teria indicado uma pessoa de pele "morena clara" e com tatuagens. 

"Meu cliente não tem pele clara, ele é negro. Meu cliente é negro. E disseram que o suspeito tem uma tatuagem na perna e uma tatuagem no braço, mas ele não tem tatuagens", disse. 

Segundo ele, o auto reconhecimento, em que uma testemunha não reconhece o professor Luís Antunes, não foi anexado ao inquérito e cobrou a presença do documento. Ele disse que vai acionar os movimentos sociais ligados ao grupo LGBTTT, para que cobrem a elucidação do caso.

“Ela foi assassinada, mas não foi pelo meu cliente”, destacou Brito.

Polícia 

À TV Cidade Verde, o delegado Higgo Martins, da Delegacia de Homicídios e que preside o inquérito do caso, declarou que para a polícia não há dúvidas de que o professor foi o responsável pela morte de Makelly.

Além disso, informou que na conclusão do inquérito - que deve acontecer na próxima semana - pedirá a conversão da prisão temporária em preventiva. Para ele, o pedido de exumação do corpo é apenas uma tentativa de adiar o julgamento de Luís. 

Entenda o caso 

O professor universitário e jornalista Luís Augusto Antunes foi preso no dia 29 de agosto, após uma equipe da Delegacia de Homicídios cumprir mandado de prisão temporária contra ele, na avenida Centenário, zona Norte de Teresina. 

A travesti Maciel Batista Ismael Sousa, conhecida como Makelly Castro, 24 anos foi encontrada morta no Distrito Industrial, na zona Sul de Teresina, no dia 18 de julho de 2014. 


Caroline Oliveira
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