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Processo sobre morte de Gleison será usado para inocentar menores no caso Castelo

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Em entrevista ao Notícia da Manhã, a defensora Allyne Patrício destacou que não irá recorrer da sentença aplicada aos menores infratores pela morte de Gleison Vieira da Silva, 17 anos, mas que irá utilizar informações do processo sobre a morte de Gleison Vieira para provar a inocência dos menores no estupro coletivo de Castelo do Piauí.

"Vamos pedir o translado de alguns dados desse processo para subsidiar nossa apelação. Desde o início, a Defensoria Pública tem trabalhado com a tese de negativa de autoria. Nada imergiu nos autos que modificasse essa ideia. Não há perícia técnica, não há dados genéticos colhidos contra esses três jovens, o depoimento das vítimas foi uníssono em implicar só o Gleison...Vamos pegar esses elementos e levar ao TJ. O recurso de apelação está sob a relatoria do desembargador Edvaldo Moura", acrescenta a defensora.

Allyne Patrício explica ainda o por quê a Defensoria Pública não recorrerá da decisão. "Sabemos que seria difícil alterar esse quadro, porque eles são confessos de um ato infrarracional análogo a um crime  grave, que é o crime de homicídio. Então, a defesa sabia que seria difícil a não aplicação da medida de internação. A eles foi imputado não uma pena máxima, mas uma medida socioeducativa de internação prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e que tem duração máxima de três anos. O juiz não poderia aplicar os três anos porque não há essa previsão. O magistrado aplica a medida com duração máxima de três anos e cada seis meses, os adolescentes sofrem uma reavaliação. Se tiverem bom comportamento e assim o juiz decidir dar progressão, eles podem ir para uma medida mais branda", disse.

Ela disse também que os menores infratores estão se sentindo injustiçados pela condenação do crime de Castelo do Piauí e que um deles atentou contra a própria vida. "Ele disse que não aguentava mais a pressão de ter sido implicado no crime de maior notoriedade do Estado do Piauí nos últimos anos. A gente quer fazer o possível para que a verdade real apareça". 

CEM

Allyne Patrício se pronunciou sobre uma possível interdição do Centro Educacional masculino (CEM) e disse que a Defensoria Pública irá aguardar até o dia 25 de setembro para administrar alguma providência.

"A defensoria não tomará nenhuma providência antes de expirar esse prazo. Estaremos juntos com o Ministério Público nessa reunião. Tudo vai ser pensado com bastante calma. O CEM é uma adaptação de um antigo colégio. Nunca tivemos a construção de um local especificamente destinado para o cumprimento de medidas socioeducativas de internação. Porém, a Defensoria Pública não vai mais admitir esses episódios que estão ocorrendo, essas violações de direitos que  acabam culminando na morte dos nossos adolescentes", disse a defensora. 

 

Graciane Sousa
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