Oficialmente, começa hoje, em San Diego, a Comic Con ? a maior convenção de cultura pop dos Estados Unidos, que concentra em um só lugar alguns dos maiores lançamentos em quadrinhos, cinema, seriados de TV, videogame e afins.
Conta um pouco como é essa revista pela qual você foi nominado para o Eisner Awards.
Chama ?5?, uma revista que fiz em parceria com mais quatro pessoas (Rafael + Gabriel Bá, Becky Cloonan, Fábio Moon e Vasilis Lolos). Então o prêmio não é para mim. Estamos concorrendo na categoria antologia. É uma revista independente, feita a dez mãos. Chama cinco porque somos cinco artistas fazendo uma HQ única. E custa U$ 5. One shot.
E qual é a parada?
Aí que tá, a gente uniu as histórias de uma forma muito louca. Na real, tu tem que ver. Não tem balão de diálogos. As cinco histórias se cruzam. São só imagens que conduzem a narrativa. Surgiu porque cada um de nós inventou uma história para contar sobre o outro. Lançamos no Brasil, Estados Unidos e Grécia.
A gente fez para curtir. Como uma jam session, só que com HQ. Acho que os caras sacaram a energia do amor que rolou.
E tem chance de levar, você está confiante?
Parece um fanzine, estamos concorrendo com edições de luxo, capa dura, impressão especial... É meio um azarão. Se a gente ganhar vai ser muito azar dos outros concorrentes.
É minha primeira graphic novel solo. Lanço lá e depois lanço no Brasil, versão em português pela editora Desiderata. É colorida, um "road thriller". Retrata um universo caminhoneiro ?Cubatão com Arizona?. Chama ?Mesmo Delivery? ? o nome da transportadora. Conta a história de um cara que assina um contrato para levar uma carga. Ele não pode abrir a carga, só que... shit happens.
Se fosse um disco, o gênero seria ?Stoned Rocker?, um rock estradeiro.
E você consegue viver de fazer HQ?
Ninguém vive de HQ. Minha renda é um segredo (risos). Se você precisar de encanador já tem o telefone, R$ 15 + transporte. Afino piano também, olha (toca umas notas), esse é mais caro R$ 30.
Primeira vez. Deve ser um zoológico. Muita coisa para ver. Gente bacana, ver artistas legais, outros ruins. É muito grande. E lota.