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Estudante denuncia agressão de segurança da Ufpi em evento do Dia da Consciência Negra

O aluno do 10º período do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Piauí (Ufpi), Emerson Mourão, 22 anos, sofreu uma grave lesão em um dos dedos da mão direita na noite de ontem (19), durante evento comemorativo pelo Dia da Consciência Negra. Um laudo médico confirma uma fratura. O jovem declarou ter sido agredido por um dos seguranças patrimoniais da Universidade, sob a justificativa de que os alunos estariam fazendo "baderna". A administração da Ufpi informou que vai apurar o fato. 

De acordo com o estudante, estava sendo realizada uma oficina de percussão durante o evento. Três seguranças abordaram as pessoas presentes no momento, no Centro Acadêmico do curso de Comunicação Social. Havia cerca de 40 participantes. 

O seguranças teriam pedido um comprovante da liberação para a realização do evento. Mesmo após apresentação do documento, um dos seguranças - identificado apenas como Henrique - teria agido de forma agressiva com os participantes. 

"Um deles estava bastante exaltado, tentando inibir os alunos e o tempo todo com a mão na arma. Quando vi que ele estava sendo grosso com meu amigo, cheguei calmo, no início e perguntei o nome dele, porque queria conversar chamando pelo nome, porque o nome dele não é 'segurança'. Ele disse que eu não tinha nada que saber o nome dele. Como ele continuou assim, e sempre com a mão na arma, falei que ia tirar uma foto dele e ia buscar as medidas administrativas", relatou o estudante. 

Neste momento, Emerson declarou que o homem fez ameaças e lhe agrediu fisicamente, causando uma fratura no dedo anelar da sua mão direita. 

"Ele disse que se eu fizesse a foto, ele ia quebrar o celular. Quando tirei e disparou o flash, ele partiu para cima de mim, jogou meu celular no chão e tentou me derrubar. Eu peguei o celular novamente e ele continuou tentando tirar o celular de mim, ainda ameaçando puxar a arma. Quando eles [alunos e outros seguranças] nos separaram, vi que o meu dedo estava quebrado", descreveu. 

Depois disso, o jovem procurou o pronto socorro de uma clínica ortopédica do Centro de Teresina, onde obteve a confirmação da fratura em seu dedo, após realização de uma radiografia. Emerson fez o registro de um boletim de ocorrência no 12º Distrito Policial por lesão corporal e realizou ainda exame de corpo de delito. De acordo com ele, o médico informou que sua lesão pode ser permanente. 

"O médico me informou que eu precisarei passar por cirurgia, porque foi uma fratura grave, mas como seria uma cirurgia delicada, o ideal era esperar e imobilizar a mão por um mês. O problema é que a mão direita, a mão com que escrevo, trabalho. Sou fotógrafo e videomaker, não poderia ficar um mês com a mão imobilizada. Daqui um mês voltarei ao IML para fazer uma nova avaliação, mas o médico me disse que posso ficar com o movimento do dedo prejudicado", declarou. 

Procurada, a assessoria de comunicação da instituição informou que já está tomando as medidas administrativas para apurar o que aconteceu na noite de ontem. O suspeito da agressão pode responder por lesão corporal grave. 

 

Maria Romero
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