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Haddad e Alckmin são hostilizados ao deixarem missa por SP na Sé

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O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) e o governador, Geraldo Alckmin (PSDB), foram hostilizados após saírem de uma missa em comemoração ao aniversário da capital paulista na Catedral da Sé, no Centro.

Cerca de 20 integrantes do Movimento Passe Livre (MPL) se concentraram ao lado da catedral para aguardar a saída dos governantes. Desde o anúncio do aumento da tarifa do transporte público em São Paulo, o movimento organizou cinco grandes atos para pedir a revogação.

Haddad parou para falar com a imprensa, e os integrantes do movimento cantaram músicas contra ele. O prefeito foi atingido por uma garrafa pet quando dava entrevista para os jornalistas “Hoje é dia de celebração, o dia de comemorar São Paulo. Estamos tendo um feriado prolongado bastante bonito, muita cultura”, afirmou.

Ao perceber que foi atingido, afirmou. “Vamos deixar pra outra hora, que aqui está meio ruim”, disse.
Alckmin saiu por trás da Igreja e também chegou a ser cercado e hostilizado por manifestantes.

Na última quinta-feira (21), o prefeito disse que apenas um “mágico” seria capaz de resolver o problema da isenção da tarifa do transporte público para todo a população de São Paulo. Essa é a reivindicação dos manifestantes do Movimento Passe Livre (MPL) que vêm realizando protestos semanalmente na cidade.

“Agora quer passe livre para todo mundo. Então é melhor eleger um mágico em outubro, porque prefeito não vai dar conta disso”, afirmou Haddad durante uma visita ao bairro de Santo Amaro, na Zona Sul.

O prefeito também criticou o posicionamento da imprensa que o questiona sobre essa possibilidade. “’Você não vai dar passe livre pra todo mundo? (questiona a imprensa)’. Dá vontade de perguntar como você tem a coragem de me fazer uma pergunta dessa. Passe livre pra todo mundo custa todo o IPTU da cidade. Eu precisaria pegar todo o IPTU da cidade, tirar da Educação, tirar da saúde, tirar da cultura”, argumentou.

Haddad disse ainda que não irá gastar dinheiro público na veiculação de propagandas. “Vem me cobrar de comunicação. Não tem comunicação que dê conta disso, eu vou botar o que na televisão, vou gastar dinheiro público para falar o quê?”, questiona ele.

De acordo com o prefeito, a cidade já gasta R$ 2 bilhões por ano em subsídio ao transporte público, sendo que são R$ 700 milhões apenas com o passe livre para 530 mil estudantes que conseguiram gratuidade. “Eu não prometi passe livre na campanha, prometi Bilhete Único Mensal, faixa e corredor de ônibus. Fiz mais do que prometi, inclusive."

Sobre a divulgação do trajeto do protesto com antecedência, ele diz que é um pedido da Secretaria da Segurança Pública e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para organizar a cidade para ter o menor impacto possível no trânsito. “Para nós o direito de manifestação é sagrado desde que respeitado alguns protocolos importantes”, disse Haddad.

'Disney grátis'
O prefeito ironizou o pedido do passe livre para todos. “Tem tanta coisa que podia vir na frente, podia ser almoço grátis, jantar grátis, ida pra Disney grátis. Começa a ficar uma conversa que você não sabe aonde vai dar”, disse.
Segundo Haddad, com os R$ 700 milhões do passe livre estudantil seria possível construir 20 CEUs e 4 hospitais gerais por ano.

Questionado sobre a possibilidade da suspensão do reajuste da tarifa de ônibus, Haddad disse que o único caminho de diálogo futuro é com a aprovação de uma PEC que municipaliza a CIDE (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico).

“Tem uma PEC no Congresso Nacional que propõe a municipalização dos tributos que incidem sobre a gasolina. E a proposta dos prefeitos do Brasil inteiro, não é proposta de São Paulo, que essa PEC seja aprovada, porque nós teríamos uma fonte de financiamento para a tarifa de transporte público”, afirmou.

A PEC foi instalada no dia 15 de dezembro do ano passado e tem comissão especial com presidente e relator nomeados. “É nossa recomendação para os movimentos que pleiteiam mais benefícios, hoje nós já estamos investindo R$ 2 bilhões em gratuidade para estudantes, idoso, desempregado e pessoas com deficiência. Se nós vamos ampliar as categorias, nós precisaríamos uma fonte de financiamento”, sugerindo que os manifestantes pressionem os congressistas para tornar o projeto viável.

G1

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