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Greve de ônibus deixa 180 mil sem transportes em Teresina; só 30% da frota circula

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Atualizada às 12h02

"O governo tem logo que pagar um bom salário para que não houvesse possibilidade de greve", diz o aposentado Raimundo Carvalho, 76 anos, que está há mais de 30 minutos aguardando por um ônibus na Praça da Bandeira para seguir para a Vila Bandeirantes, zona Leste de Teresina. Desde a zero hora deste sexta (26), os trabalhadores do sistema de transporte rodoviário urbano estão em greve. 

A categoria pede reajuste salarial de 12%, não pago em fevereiro, melhorias nos terminais, reajuste do plano de saúde, pagamento de férias, fim do pagamento pelos cobradores pelos valores levados em assaltos aos ônibus e entregas e duas fardas anuais aos profissionais. 

Já o estudante Pablo Vinícius Santos, 21 anos, relatou ao Cidadeverde.com que já tinha conhecimento da greve e, por isso, saiu de casa cerca de duas horas mais cedo para chegar ao curso, que faz no Centro de Teresina. Ele mora na zona Sudeste da capital. 

"Geralmente eu saio de casa 9h, mas hoje eu saí às 7h40 da manhã, só consegui pegar o ônibus às 8h50 e ele estava lotado e parava muito tempo nas paradas para que os passageiros pudessem subir. Eu peguei um ônibus alternativo, porque não passou o ônibus normal", disse. 

Outros usuários que também precisaram recorrer aos alternativos cadastrados pela prefeitura foram a autônoma Edilene Moraes e Cátia Barbosa. Ambas moradoras da Santa Bárbara, zona Leste. Elas contaram que saíram de suas residências por volta das 6h40 da manhã, já sabendo da greve, antecipando a saída para o Centro. 

"A gente conseguiu pegar o ônibus por volta de 7h30 da manhã. Já são 11h20 e estamos há cerca de uma hora esperando outro", declarou. 

Atualizada às 10h

O prefeito Firmino Filho comentou a greve dos ônibus. Segundo o prefeito, as alegações feitas pelo Setut de não reajustar os salários por falta do repasse do Fundo de Transporte está na Justiça. “Em relação a greve dos motoristas e cobradores é uma questão trabalhista, então cabe a Justiça do Trabalho fazer essa interlocução. Da nossa parte está sendo buscado todos os esforços para que essa greve acabe e que o sacrifício que a população tem feito venha ser minimizado e  evitado”, declarou o prefeito.

Atualizada às 7h30

Muitos usuários chegaram cedo nas paradas, mas os ônibus só começaram a circular depois das 6 horas, quando alguns foram liberados pelos representantes dos sindicatos. Os veículos alternativos estão em circulação.  

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário (Sintreto), Fernando Feijão, informou que hoje terá uma reunião com os empresários e, a depender do acordo, a greve poderá ser encerrada a qualquer momento após assembleia com os trabalhadores. Ele garante ainda que os 30% da frota será respeitado para atender aos passageiros. 

Matéria original

A greve dos ônibus de Teresina teve início a zero hora de hoje (26) e deixará mais de 180 mil usuários sem transporte na capital. A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) está cadastrando veículos para substituir os coletivos e até o final desta quinta apenas 47, entre ônibus, microônibus e vans tinham sido registrados. Dentre os 431 ônibus que circulam normalmente, somente 134 (30%) estarão na rua nesta sexta-feira. 

Em anos anteriores o número já chegou a 223 veículos. A diretora de Transporte Público da Strans, Cíntia Machado, disse que o cadastro continua. A Strans informou que durante toda a duração da greve os veículos continuarão sendo cadastrados. 

“O cadastro é importante para fazermos a vistoria e avaliar as condições mínimas do veículo. Os veículos devem cobrar o valor da tarifa e para estudante R$ 1,05 mediante a carteira estudantil e dar a gratuidade para os idosos, por exemplo, também mediante a carteira”, detalha Cíntia Machado. 

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário (Sintetro), Fernando Feijão, a diretoria da entidade estará nas garagens das empresas de ônibus a partir de 3h30 da manhã de sexta.

"Vamos garantir que somente 30% dos ônibus estarão circulando. Vamos conversar com os trabalhadores e fazer com que a paralisação aconteça", informou. 

Em toda a capital, são cerca de 2,5 mil trabalhadores no sistema, entre motoristas, cobradores, fiscais, mecânicos e outros. Na última sexta-feira (19), a categoria já havia feito uma paralisação por cerca de uma hora, no Centro da capital, como alerta para a possibilidade de greve. 

A categoria entra em greve por tempo indeterminado e pede melhorias nas condições de trabalho e cumprimento no reajuste salarial. Entrega de fardamentos, cumprimento do pagamento das férias, plano de saúde, fim do pagamento por parte dos cobradores em caso de assalto aos ônibus e melhorias nas condições precárias dos terminais de ônibus são algumas das reivindicações dos profissionais. 

Impasse

O procurador do Município, Ivaldo Carneiro, disse que o argumento que o Setut está utilizando para não conceder o reajuste não tem relação com a Prefeitura, já que não foi repassado ao Fundo de Transporte (Funtran) o valor das tarifas como determina o edital de licitação e o contrato de concessão. 

“O Funtran não recebeu qualquer valor referente ao pagamento de tarifas na capital e a sistemática não vem sendo cumprida, já que durante esse primeiro ano de concessão, as empresas deveriam passar informações e também não repassaram de forma adequada. Essa eventual diferença alegada pelo Setut é objeto de processo judicial, pelo fato de que o contrato não vem sendo cumprido a contento e que por isso a Strans não reúne elementos para saber se existe uma diferença de recursos, seja a favor do Funtran, seja a favor do Setut”, explicou o Procurador do Município, que acrescenta que a relação entre empresa e funcionários não alcança o município de Teresina.

 

Caroline Oliveira e Maria Romero
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