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Dono de academia é indiciado com suspeita de racismo por achar cliente "estranho"

Um empresário de Teresina foi indiciado por crime de racismo suspeito de proibir cliente de malhar em sua academia por considera-lo "estranho". A informação é do delegado Emir Maia, da Delegacia de Direitos Humanos e Repressão as Condutas Discriminatórias. Ele informou que é o primeiro e único caso de denúncia de racismo registrado ano passado no distrito. 

De acordo com o delegado, a vítima, Gabriel Jandaia de Sousa Filho, contou que em março de 2015 foi informado pela mãe que não poderia mais frequentar a academia, que fica no bairro São Pedro, zona Sul de Teresina, após alguns alunos reclamarem da sua aparência e que estaria levando medo a eles. 

A mãe da vítima, Rejane de Sousa, em depoimento na delegacia, afirmou que foi chamada pela secretária, afirmando que seu filho era “estranho”. Abalada com a informação, procurou o proprietário da academia Marcelo Henrique Amorim da Silva, 42 anos, e que o dono teria dito a seguinte frase: “que Gabriel era uma pessoa estranha, que várias pessoas tinham medo dele” e completado, segundo a mãe, “não estou dizendo que ele é, mas ele parece um marginal”. 

A mãe do garoto ficou bastante indignada com as palavras do empresário e acionou a Delegacia de Direitos Humanos. 

Defesa

Ao prestar depoimento na delegacia, o dono da academia Marcelo Henrique rebateu as acusações, disse que não eram verdadeiras, que jamais determinou que Gabriel fosse impedido de treinar em sua academia e negou que tinha dito que ele tinha aparência de marginal. 

No depoimento, Marcelo declarou que Gabriel não era cliente assíduo na academia e ainda revelou que a mãe do garoto e seu namorado estavam com a mensalidade atrasadas, no entanto a de Gabriel estava em dia. 

O delegado Emir Maia disse que o proprietário será indiciado por crime de racismo, no artigo 9º da Lei 7.716 que trata sobre crimes de preconceito. “Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabelecimentos esportivos, casas de diversão ou clubes sociais aberto ao público. Pena de reclusão de um a três anos”.

O empresário será indiciado por provas testemunhais que presenciaram o fato. 

Na semana passada, dois irmãos também foram indiciados por racismo suspeito de incitar preconceito e racismo. 

 

Flash de Yala Sena
Redação Caroline Oliveira
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