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Confira 10 livros feministas para o Dia Internacional da Mulher

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As histórias que remetem à criação do Dia Internacional da Mulher alimentam o imaginário com diferentes explicações sobre a data e o que de fato ela significa. Tudo indica que o marco surgiu a partir de um incêndio em uma fábrica têxtil de Nova York em 1911, quando cerca de 130 operárias morreram carbonizadas. Sem dúvida, o incidente ocorrido em 25 de março daquele ano marcou a trajetória das lutas feministas ao longo do século 20, mas os eventos que levaram à criação da data são bem anteriores a este acontecimento.

Desde o fim do século 19, organizações femininas oriundas de movimentos operários protestavam em vários países da Europa e nos Estados Unidos, também levando à junção do movimento e a data.

Independentemente da origem histórica, é possível afirmar que o Dia Internacional da Mulher não é dia de flores, perfumes e outros produtos que o mercado e a lógica do consumo se apropriou, mas também não sejamos pessimistas, a data não pode viver um luto eterno. Pensando nisso, o Diversão e Arte listou algumas leituras interessantes sobre mulheres, lutas, direitos e espaços numa perspectiva feminista para essa data especial.

Listamos 10 leituras interessantes (entre rêtros e contemporâneos), mas se seu livro feminista não estiver na nossa seleção, coloque nos comentários. Vamos compartilhar indicações. Aproveite!

1. O segundo sexo (Simone de Beauvoir)

Um clássico. Publicado originalmente em 1949, Beauvoir analisa a situação da mulher na sociedade, mostrando que seu lugar sempre foi definido pelo homem. O título em si anuncia a mulher como coadjuvante e secundária da história e Simone procurou compreender de que maneira a mulher ocupou, ou a fizeram ocupar, essa posição de 'segundo sexo' em diferentes sociedades, como ela se coloca no mundo e como contribui para essa configuração social.

2. Mito da beleza (Naomi Wolf)

Naomi Wolf analisa cinco áreas e suas relação com a beleza feminina: emprego, cultura, religião, sexualidade, distúrbios alimentares e cirurgia plástica. Uma das conclusões é de que essas áreas, ao criarem e exigirem das mulheres uma atenção extremada, atuam como empecilhos para que as mulheres obtenham prestígio e poder na sociedade. Ela mostra como a indústria da beleza e o culto à bela fêmea reduzem conquistas de 20 anos de lutas a meras ilusões.

3. Sobrevivi, posso contar (Maria da Penha)

Lançado em 2010, o livro relata a vida da autora que sofreu uma cruel, dolorosa e covarde violência. Maria da Penha oferece sua história generosamente a toda sociedade, como uma forma de contribuir com transformações urgentes, pelos direitos das mulheres a uma vida sem violência. Ícone dessa causa, sua vida está hoje também simbolicamente subscrita e marcada sob a lei nº 11.340 ou lei Maria da Penha.

4. Feminismo e política (Flávia Biroli e Luis Felipe Miguel)

O livro discute as principais contribuições da teoria política feminista produzida a partir dos anos 1980, mapeando as posições de diferentes autoras e correntes. O resultado é um panorama inédito do feminismo atual, que introduz leitores pouco familiarizados, sem por isso reduzir sua complexidade. Ao longo de dez capítulos, os autores abordam temas como a prostituição e o aborto, a representação política e a opressão sofrida pelas mulheres.

5. Sejamos todos feministas (Chimamanda Ngozi Adichie)

Neste ensaio preciso e revelador, Adichie parte de sua experiência pessoal de mulher e nigeriana para mostrar que muito ainda precisa ser feito até que alcancemos a igualdade de gênero. Segundo ela, tal igualdade diz respeito a todos, homens e mulheres, pois será libertadora para todos: meninas poderão assumir sua identidade, ignorando a expectativa alheia, mas também os meninos poderão crescer livres, sem ter que se enquadrar em estereótipos de masculinidade.

6. O livro negro das condições das mulheres (Christine Ockrent, organizadora)

O livro apresenta uma análise sobre as situações enfrentadas pelas mulheres de todo o planeta. Segurança, integridade, liberdade, dignidade, igualdade - cinco palavras universais para evidenciar as faces da luta que as mulheres devem conduzir pelo mundo para ganhar o direito de existir plena e dignamente. Um livro com muitos dados e estatísticas!

7. Complexo de Cinderela (Colette Dowling)

Sucesso nos anos 1980, a autora explora a ideia de, por muito tempo as mulheres terem sido levadas a acreditar que a solução de todos os problemas estava em encontrar o 'príncipe encantado', e que uma vez realizado esse desejo, sempre haveria a ideia de proteção. O livro foi um relato pessoal da autora, que com o fim do seu casamento, foi obrigada a se deparar com uma nova realidade: a de que estava sozinha e que precisava assumir responsabilidade por si só.

8. Problemas de gênero - Feminismo e subversão da identidade (Judith Butler)

A filósofa supercontemporânea, Judith Butler propõe observar, de maneira geral, o modo como as fábulas de gênero estabelecem e fazem circular sua denominação considerada por ela como errônea de fatos naturais. Os textos estão reunidos de modo a facilitar uma convergência política das perspectivas feministas sobre o gênero com a da teoria pós-estruturalista.

9. Persépolis (Marjane Satrapi)

É a autobiografia em quadrinhos da iraniana Marjane Satrapi. Quando tinha apenas 10 anos se viu obrigada a usar um véu islâmico, numa sala só de meninas. Nascida numa família moderna e politizada, em 1979 ela assistiu ao início da revolução que lançou o Irã nas trevas do regime xiita, 25 aos depois com uma visão politizada, Satrapi quebrou série de preconceitos das mulheres islâmicas e revelou suas condições.

10. As bos mulheres da China (Xinran)

Xinran foi radialista e percorreu a China coletando e contando histórias das mulheres chinesas que sofreram pelo único fato de serem mulheres. A autora coletou por meio do seu programa de rádio, inúmeros relatos de mulheres em que mantem na memória a humilhação e do abandono, com estupros, casamentos forçados, desilusões amorosas, miséria e preconceito.Este livro é denso e emocionante!

Fonte: Correio Braziliense

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