Pronta para o protesto desta sexta-feira (18) em favor do ex-presidente Lula, a senadora Regina Sousa (PT) teceu duras críticas ao juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato. Em entrevista ao Jornal do Piauí, da TV Cidade Verde, a parlamentar disse que o país vive uma ditadura promovida pelo magistrado.
“Estamos vivendo a ditadura de um juiz. Isso é perigoso. O Moro está governando este país. Ele tem todo direito de conduzir as investigações, mas os métodos não estão corretos. A impressão que dá é que tem um acordo”, afirmou a senadora, que preside o PT no Piauí.
Regina Sousa condenou a divulgação de áudios do ex-presidente Lula, inclusive envolvendo a presidente Dilma Rousseff e acusou o juiz de vazar informações para a Rede Globo.
“Um juiz não pode grampear um presente da República, ainda que seja o Lula e não a Dilma, mas tinha a fala da presidenta. Ele (juiz) é o vazador. O japonês foi quem levou a culpa. O Judiciário não pode permitir isso. Que ela prenda quem tenha que prender, mas não pode o judiciário permitir isso. Esse país está correndo o risco de perder o Estado de Direito. Na hora que isso acontece, vira caos, bagunça”, desabafou.
A senadora admitiu que o país vive uma crise, mas lembrou também que situações piores já foram presenciadas pelo Brasil. “O país tem crise econômica? Tem! Agora olha para trás. As taxas de juros estão em 14%, mas quando a gente chegou era 26%. O país foi três vezes pedir dinheiro para o FMI para fechar contas”, declarou Regina, destacando que o país vive umka espécie de casa grande e senzala.
“Não é terrorismo, mas na hora de discutir o orçamento, onde participei, só se falava em cortar dos programas sociais, como Prouni, Minha Casa, Minha Vida”, lembrou.
Regina ainda comentou a postura de aliados que, vez ou outra, se esquivam de emitir opiniões ou até mesmo sair em defesa do governo. “As pessoas que estão no governo têm que estar de corpo inteiro. Não é nada demais dizer sua posição. Tem que ter posição. A Dilma foi eleita sem maioria. Mesmo os partidos que marcharam com a gente não governam suas bancadas. Cada deputado se governa. Não tem centralismo”, declarou.
Protesto
A manifestação em defesa do ex-presidente Lula e sua nomeação para a Casa Civil está marcado para às 15h, na Praça Pedro II. “Tem muita gente vinda do interior. Espero que não apareça nenhum provocador”, finalizou.
Hérlon Moraes
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