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Obama deixa Cuba após encontrar dissidentes e ver beisebol com Raúl

A histórica viagem do presidente dos EUA, Barack Obama, a Cuba teve seu último dia com um momento simbólico nesta terça-feira: uma reunião com um grupo de opositores na sede da embaixada americana em Havana. No encontro, o mandatário "exaltou a valentia dos dissidentes" que atuam como ativistas no país, informou a Casa Branca. Eles, por sua vez, foram elogiosos da postura do mandatário americano pela disposição em debater o tema sem restrições. Ao final do dia, ele viu uma partida de beisevol junto ao presidente Raúl Castro e depois partiu rumo à Argentina.

— Quero agradecer a todos os que vieram aqui. Com frequência é preciso ter muita valentia para fazer ativismo em Cuba — disse Obama. — Este é um tema no qual seguimos tendo muitas divergências com o governo de Cuba.

O encontro durou quase duas horas e contou com a presença de uma dúzia de dissidentes, incluindo Berta Soler, das Damas de Branco, Elisardo Sánchez, da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional, e Guillermo Fariñas, Prêmio Sakharov 2010 para os Direitos Humanos.

— Há pessoas aqui que estiveram detidas, algumas no passado, outras muito recentemente — comentou Obama, que já havia se reunido com alguns dos presentes nos Estados Unidos e no Panamá, durante a Cúpula das Américas do ano passado.

No domingo, pouco antes da chegada de Obama a Havana, dezenas de dissidentes foram detidos por várias horas após uma manifestação contra o governo comunista Posteriormente, o presidente Raúl Castro negou em uma coletiva de imprensa que existam presos políticos em Cuba.

— Parte de nossa política em relação à Cuba é que não podemos nos reunir apenas com o presidente Castro ou ter relações apenas de governo a governo. Temos que poder escutar diretamente o povo cubano e garantir que tenha uma voz — ressaltou Obama no encontro com os opositores.

Os dissidentes elogiaram a disposição de Obama em discutir direitos humanos.

— Ele ouviu tudo com muito respeito e comentou algumas das opiniões que foram apresentadas a ele. Estou muito satisfeito, pudemos expressar nossos critérios com toda a honestidade — disse à AP o ativista Dagoberto Valdés.

— Ele disse que, após 50 anos, está adotando uma abordagem diferente. Mas se mostrou aberto a mudar ou aperfeiçoar sua estratégia se a atual não funcionar — disse Berta Soler, líder das Damas de Branco, que se manifestam todo domingo após uma missa, e que foram detidas novamente há três dias, horas antes de Obama pousar em Havana. — Foi um encontro positivo, mas esperávamos uma postura mais enfática dele contra estas atrocidades.

Antonio Rodiles, do Fórum pela Liberdade e coordenador do movimento #TodosMarchamos, se mostrou mais otimista, lembrando que foi dado espaço para todas as tendências da oposição cubana:

— Mas temos de estar atento aos próximos dias e meses, pois podemos ver um aumento da repressão, como já ocorreu desde a retomada das relações entre os dois países.

Obama se reuniu ainda com Raúl Castro para acompanhar um amistoso entre o Tampa Bay Rays e a seleção cubana de beisebol.

 

Fonte: O Globo.

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