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Desafios a Cunha e "tchau querida": veja votos curiosos na sessão do impeachment

Durante a votação que analisa a admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, nem sempre os deputados se limitam a relatar seu posicionamento. Alguns vão muito além do "sim", "não" ou "abstenção". 

Seja em manifestações descontraídas, algumas que confundem a vida particular com o dever público e posições surpreendentes de quem se esperava um voto diferente, algumas declarações dos parlamentares chamam a atenção. Veja, abaixo, alguns dos votos mais marcantes da sessão:

Renúncia na hora do voto

A reação de alguns parlamentares na hora dos votos é um termômetro interessante para saber se era esperado outro posicionamento do deputado. Em alguns momentos, a comemoração dos oposicionistas foi mais exaltada, como, por exemplo, quando Flávia Morais (PDT-GO) declarou o voto "sim", em desacordo com a orientação de seu partido. Nenhuma manifestação foi mais surpreendente, porém, do que a do agora ex-presidente do PR, Alfredo Nascimento (PR-AM).

— Os senhores sabem que eu presido nacionalmente o PR. Em respeito ao meu partido, que decidiu democraticamente pelo voto "não", renuncio ao meu mandato de presidente nacional porque entendo meu voto de forma diversa. Meu voto não pertence ao meu partido, pertence ao povo do Amazonas, que me colocou na vida pública — afirmou.

Fora Cunha

Não foram poucos os parlamentares que aproveitaram o momento do voto para protestar contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. A deputada Erika Kokay (PT-DF), por exemplo, disse que votava "não" em protesto contra a corrupção "que está sentada na presidência desta sessão". Ivan Valente afirmou que não aceita "o corrupto Eduardo Cunha presidindo o processo de impeachment". Já Expedito Netto (PSD-RO) foi ainda mais duro:

— Estamos votando o impeachment de Dilma hoje, e amanhã estaremos votando o seu, senhor presidente (Eduardo Cunha). Votarei da mesma forma que eu voto hoje, no sim. Contra a corrupção, venha ela de que partido vier.

"Tchau, querida"

A oposição transformou em cartaz a frase de Lula a Dilma, flagrada na já célebre conversa telefônica tornada pública pelo juiz Sergio Moro. O "tchau, querida", usado pelo ex-presidente para encerrar a conversa com sua sucessora, ganhou também os microfones do plenário.

— Eu voto sim. Tchau, querida! — disseram Elizeu Dionízio (PSDB-MS) e Alexandre Leitte (DEM-SP).

Da "mãezinha" ao aniversário da neta

Não faltou quem citasse sua família durante o voto, mas alguns foram além. Como Sérgio Moraes (PTB-RS), que após confirmar o voto no "sim", emendou:

— Feliz aniversário, Ana, minha neta!

Já Wladimir Costa (SDD-PA), enrolado na bandeira do Pará, citou sua "mãezinha", atrapalhou-se ao afirmar que iria "cassar o Brasil", mas não deixou de dar um toque quase humorístico ao seu protesto contra o governo:

— Um colega nosso, que não vou citar nome, falou que, se nós cassarmos, ele ia sair do Brasil. Eu estou aqui com a passagem dele, só de ida, já comprei a passagem, presidente!

Vergonha! Vergonha!

Personagem da polêmica posse de Lula no ministério da Casa Civil, o deputado Major Olimpio (PSD-SP), que na ocasião protestou aos gritos contra a nomeação do ex-presidente, bradou com força mais uma vez, em uma manifestação que talvez nem precisasse de microfone para ser ouvida pelo plenário:

— Dilma, você é uma vergonha! Vergonha! Vergonha! Siiiiiim!

Fonte: Zero Hora

 

 

 

 

 

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Tags: impeachment