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Coletânea de textos sobre Torquato Neto será lançada hoje (20)

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A coletânea Torquato Neto - um poliedro de faces infinitas será lançada hoje (20), às 19h, no Espaço ÊPA, zona Leste de Teresina. Organizada pelos pesquisadores piauienses Edwar Castelo Branco e Vinicius Cardoso, a coletânea reúne autores clássicos, de diferentes áreas de saber, que se dedicaram ao estudo da multi-facetada obra de Torquato Neto. A obra, idealizada para ser lançada na efeméride dos 70 anos do nascimento de Torquato Neto, só ficou pronta dois anos depois, o que indica, por si só, o caráter arrojado e complexo do empreendimento.

A textos já canonizados sobre o poeta, tais como o clássico “Poetas rendem chefe de redação”, de Heloisa Buarque de Hollanda, foram mescLados textos mais recentes. Desta mescla resultou, além da recuperação das primeiras e mais significativas abordagens sobre a obra torquateana, a comprovação de que o sujeito – qualquer que seja ele – é impossível enquanto idêntico a si mesmo, na medida em que os processos de sujeição/subjetivação são sempre artifícios da linguagem. E a linguagem, por sua vez, é sempre babélica. Um sujeito erigido em Babel. Nada poderia definir melhor a Torquato Neto, afinal, foi ele mesmo quem primeiramente propôs que a palavra, além de ser uma cilada, é um poliedro de faces infinitas.

Os textos que constituem a coletânea são antigos, alguns, e novíssimos, outros. Mas todos estão irremediavelmente implicados uns nos outros. Diálogos imaginários suturaram, ao longo das últimas décadas, estes textos uns nos outros. E como se trata de Torquato neto, como bem assevera Albuquerque Júnior no forte e belo prefácio que acompanha a obra, não se pode esperar do livro nenhuma espécie de fechamento, de conclusão, de acabamento.

A única intenção é friccionar os textos, permitir que sejam lidos no mesmo suporte. A única conclusão é nenhuma, exceto reconhecer que, como somos seres linguísticos, que só existimos no interior da linguagem, toda conclusão é apenas um pré-texto para as conclusões seguintes.

Trata-se, portanto, de um Torquato que é oferecido aos pedaços e com excitação. Passados 44 anos desde que o poeta ligou o gás, sua obra permanece potente e desafiadora.

 

Da Redação
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