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Mansueto, Carlos Hamilton e Marcelo Caetano anunciados na Fazenda

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O novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou nesta terça-feira (17) integrantes de sua equipe, que o ajudará na gestão e formulação de políticas para a economia brasileira. Foram confirmados os nomes dos economistas Mansueto Almeida (Secretaria de Acompanhamento Econômico), Carlos Hamilton (Secretaria de Política Econômica) e a manutenção, pelo menos por enquanto, de Jorge Rachid na Receita Federal e de Otávio Ladeira no Tesouro Nacional.

Em um momento de forte deterioração das contas públicas e diante da necessidade de conter gastos, Meirelles escolheu economista Mansueto Almeida, especialista com vasto conhecimento em política fiscal, para comandar a Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE). Até março, as contas do governo tiveram o maior rombo para este período em 20 anos.

Para este ano, a equipe econômica anterior enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei para permitir um déficit primário de até R$ 96,6 bilhões e, para 2017, enviou uma proposta, por meio da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano que vem, contemplando um rombo de até R$ 65 bilhões nas contas públicas.

Em entrevistas recentes, antes de ser nomeado para o cargo, o novo secretário Mansueto Almeida chegou a avaliar que seria difícil fazer um ajuste para equilibrar as contas públicas (eliminando os déficits) até o ano de 2018 sem aumentos de tributos.
Mansueto se formou em economia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), obteve seu mestrado pela Universidade de São Paulo (USP), e fez aulas de doutorado em Políticas Públicas no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos (EUA).

Ele é técnico de planejamento e pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Já foi coordenador-geral de Política Monetária e Financeira na Secretaria de Política Econômica no Ministério da Fazenda (entre 1995 e 1997) e assessor da Comissão de Desenvolvimento Regional e de Turismo do Senado Federal (de 2005 a 2006).

Nas últimas eleições presidenciais, Mansueto fez parte da equipe de Armínio Fraga, que seria o ministro da Fazenda caso Aécio Neves, do PSDB, fosse eleito presidente da República. Mansueto também possui um blog no qual debatia questões relacionadas às contas públicas.

De acordo com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, Mansueto realizará estudos relacionados principalmente com as despesas publicas, em sua qualdidade e eficiencia das despesas. "Vai fazer uma análise das contas públicas", disse ele.

Marcelo Caetano na Secretaria de Previdência
O ministro Henrique Meirelles anunciou também o nome de Marcelo Caetano para a Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda. A pasta incorporou a área da Previdência Social na reforma ministerial promovida pelo presidente em exercício Michel Temer. Caetano, portanto, deverá tocar os estudos para a reforma do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Segundo ele, Marcelo Caetano graduou-se em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e iniciou o doutorado pela PUC do Rio de Janeiro. Também foi pesquisador da London School of Economics (LSE) em Londres.

“Marcelo Caetano tem como finalidade formular uma política de previdência no Brasil. Ontem fizemos uma reunião com centrais sindicais e, nessa reunião, houve a definição de uma proposta para reforma da Previdência Social em 30 dias. Foi a minha recomendação. É a minha sugestão e acho que é um prazo adequado. Não temos uma proposta pronta e não vamos fazer nada precipitado”, declarou Meirelles.

Carlos Hamilton 
Para a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, foi indicado o nome de Carlos Hamilton, ex-diretor de Política Econômica do Banco Central. Hamilton trabalhou com o titular da Fazenda, Henrique Meirelles, no grupo J&F Investimentos, gestor de várias empresas, entre elas a Friboi.

Cearense de Sobral, Hamilton se formou em Engenharia Civil em 1989 na Universidade Federal do Ceará (CE), fez mestrado e doutorado em Economia na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Na área acadêmica, ele já foi professor de Macroeconomia na Fundação Getúlio Vargas e no IBMEC do Rio de Janeiro.

O economista, além de já ter exercido várias funções no BC (chefe da Mesa de Operações, consultor e chefe do Departamento de Pesquisas e chefe do Departamento de Estudos Especiais, além de diretor), também já foi analista da Secretaria do Tesouro Nacional e analista do Banco do Estado do Ceará.

"Carlos Hamilton será o formulador das políticas macroeconomicas que vão fundamentar as ações do governo federal, na medida em que fui encarregado pelo presidente Michel Temer de ser o coordenador da política econômica do governo", explicou Henrique Meirelles.

Rachid segue na Receita Federal
Na Receita Federal, não haverá alteração. O novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, confirmou a manutenção de Jorge Rachid no cargo. Ele já trabalhou na gestão de Antonio Palocci, Guido Mantega, Joaquim Levy e de Nelson Barbosa. Meirelles, portanto, será o quinto ministro da Fazenda com quem ele trabalhará.

A Secretaria da Receita Federal é o órgão responsável por arrecadar impostos, por fiscalizar empresas e pessoas físicas e cobrar tributos em atraso. Além disso, também realiza estudos sobre possíveis aumentos de tributos, ou desonerações de impostos. Nascido na cidade de Porciúncula (Rio de Janeiro), Rachid é funcionário de carreira da Receita Federal, tendo ingressado no serviço público em 1986. Em abril de 2006, ele também assumiu o mandato de Presidente do Conselho Diretor do Centro Interamericano de Administrações Tributárias (CIAT).

Recentemente, sob o comando de Nelson Barbosa, a Receita Federal defendeu o aumento do imposto sobre heranças, para custear a correção da tabela do Imposto de Renda. Essas propostas, se mantidas pelo novo comandante da Fazenda, Henrique Meirelles, ainda têm de passar pelo crivo do Congresso Nacional para ter validade.

Tesouro Nacional
Otavio Ladeira continua, pelo menos por enquanto, na Secretaria do Tesouro Nacional - cargo que assumiu formalmente em fevereiro deste ano. Ele é analista de Finanças e Controle é servidor efetivo desde 1994, tendo atuado principalmente na área da dívida pública, nos cargos de chefe-adjunto e chefe da Divisão de Análise e Planejamento da Dívida Pública (1994 a 1999).

Também foi coordenador de Administração da Dívida Pública (1999) e coordenador e coordenador-geral de de Planejamento Estratégico da Dívida Pública (1999 a 2015). Em abril de 2015, assumiu a Subsecretaria de Planejamento e Estatísticas Fiscais. Com 47 anos, Otávio Ladeira é casado e pai de dois filhos. Foi ele quem anunciou, no fim do ano passado, o pagamento integral das chamadas “pedaladas fiscais” (atrasos de pagamento do governo aos bancos públicos) – processo que serviu de embasamento para o pedido de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

Em seu tempo livre, Ladeira treina corrida de rua na parte da noite, inclusive na Esplanada dos Ministérios. Na segunda edição da corrida do Tesouro Nacional, no fim do ano passado, terminou o percurso de 10 quilômetros em cerca de 46 minutos. No campo pessoal, é considerado educado e de bom trato.

Fonte: G1 Brasília

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