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Sete anos sem Michael Jackson: a criatividade sem limites do Rei do Pop

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Artista visionário, fábrica de hits, mago da dança, adulto problemático, eterna criança...tudo isso e mais pode definir Michael Jackson, cuja morte completa sete anos neste sábado. Fosse o que fosse, Michael nunca parecia satisfeito com o que tinha a oferecer aos espectadores – música, dança, clipes, videogames – e, com isso, ajudou a definir a noção de artista enquanto figura multimídia. Até hoje, quase cinquenta anos depois do início de sua carreira, ninguém conseguiu repetir a trajetória do Rei do Pop –  para o bem e para o mal.

Um dos mais jovens em uma família com nove filhos, Michael começou cedo na música. Junto a seus irmãos Jackie, Tito, Jermaine e Marlon, formou o Jackson Five ainda na década de 1960. O quinteto virou fenômeno pop, experiência sufocante para Michael que, com dez anos, já carregava consigo a responsabilidade de liderar um dos maiores grupos musicais dos EUA. O comportamento rígido do pai e empresário Joseph Jackson viria a deixar marcas nunca superadas pelo cantor.

O talento de Michael logo o fez seguir em carreira solo. Ele lançou uma série de discos que, apesar de competentes, ainda eram bastante derivativos da música da Motown. Em 1979, começou uma guinada criativa com Off the wall. 

Três anos depois, Michael viraria o maior nome da música pop com Thriller. Um disco no qual mostrou que apenas canções extraordinárias não eram o bastante pra ele. No álbum, o cantor flertou com moda – a jaqueta vermelha mais famosa de todos os tempos – e com cinema, através do clipe meio curta-metragem (ao todo, são 13min42s) da canção que dá nome ao álbum. Começava, também por influência dele, um novo momento na indústria musical: a era MTV.

Em 1983, no aniversário de 25 anos da lendária gravadora Motown, entre as figuras que o influenciaram no início de sua carreira – Smokey Robinson, Stevie Wonder e The Miracles – Michael reinou absoluto. Em uma performance de Billy Jean, coroou uma sequência de passos de dança brilhantes com o seu famoso Moonwalk, levando a platéia à loucura. A partir dali, Michael, o cantor, expandiu sua influência ao campo da dança.


Seguindo o sucesso estrondoso de Thriller, levou cinco anos para Michael lançar um novo álbum. O disco fez valer as altas expectativas, Bad (1987) provou-se uma fábrica de hits tão arrebatadora quanto seu predecessor. As aparições de Michael a partir dessa época começaram a surpreender o público. O cantor parecia estar gradualmente apagando seus traços negros através de cirurgias plásticas (que virariam uma obsessão). Sua pele também ficava cada vez mais clara.

Comprovadamente algo além de um sucesso passageiro, a partir de Bad, Michael Jackson passou a ser figura onipresente na cultura pop. Em 1988, lançou Moonwalker, filme musical que explora diferentes formatos de animação e live-action e mostra o cantor defendendo um grupo de crianças de uma horda de criminosos liderados por Joe Pesci.

O filme fez tanto sucesso que chegou a virar video-game, sucesso em consoles como Mega-Drive e MasterSystem. Grande produção para o nível tecnológico da época, o game adaptava passos de dança característicos de Michael em golpes.

Em 1991, mais um êxito. Apesar de não repetir o sucesso estrondoso dos dois álbuns anteriores, Dangerous manteve Michael no topo. O inesquecível vídeo de Black or white contou com o ator mirim mais famoso da época, Macaulay Culkin, que, futuramente, viria ser envolvido em polêmicas sobre possíveis atos de pedofilia praticados pelo cantor. O clipe também chamou atenção pelo visual de Michael, ainda mais marcado pelas cirurgias plásticas - principalmente no nariz - e a pele bastante clara. 

Em 1996, a visita ao Brasil. Michael foi ao Rio de Janeiro, onde gravou um vídeo para They don't care about us, com direção de Spike Lee e participação do Olodum. A música é lembrada pela voz que marca seu início, "Michael, eles não ligam pra gente". No clipe, o cantor pode ser confundido com um caucasiano pálido.

A partir da segunda metade da década de 1990, a carreira de Michael começou a ruir. Muito pouco se falou sobre a música produzida por ele nessa época, apenas na sua obsessão por crianças, seu casamento com Lisa Marie Presley (filha de Elvis), sua relação com os filhos e seu visual cada vez mais próximo ao de uma pessoa branca.

O vídeo de Ghosts (1997), acompanhado por um média-metragem de 39 minutos, apesar de bastante derivativo de Thriller, foi um dos últimos suspiros criativos de Michael. A partir daí, ele só seria lembrado pelas polêmicas.

Michael morreu em 2009, desfigurado pelas cirurgias plásticas e recluso em sua Neverland, local apropriadamente batizado com o nome da ilha de Peter Pan onde Michael vivia sua eterna (e melancólica) infância. 

 

Fonte: Zero Hora

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