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Vaticano responde às críticas turcas após Papa falar em genocídio armênio

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O Vaticano respondeu neste domingo (26) às críticas feitas pelo vice-primeiro ministro turco depois que o pontífice mencionou o termo genocídio em visita à Armênia. Essa foi a segunda vez que ele fez referência ao massacre dos armênios durante a 1ª Guerra Mundial.   

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, declarou que o Papa Francisco não fez declarações contra a Turquia com o “espírito de cruzada”, que foram iniciativas militares católicas, que deixaram a Europa para conquistar a Terra Santa. A expressão também é empregada para mostrar um desejo de expandir a fé católica.

"Se escutarmos o Papa, não há nada que evoque um espírito de cruzada. Sua vontade é construir pontes, ao invés de muros. Sua intenção real é construir as bases para a paz e a reconciliação", afirmou em uma entrevista coletiva, em Yerevan (Armênia), o porta-voz Federico Lombardi.

"Francisco rezou pela reconciliação de todos, não pronunciou nenhuma palavra contra o povo turco. O papa não faz cruzadas, não tenta organizar guerras", insistiu.

Segundo a Armênia, entre 1915 e 1917, os otomanos exterminaram 1,5 milhão de pessoas. O Império Otomano se desfez no fim da guerra após ser derrotado. Anos depois, no mesmo território, foi criada a Turquia, que nunca aceitou a classificação de genocídio.

Os turcos alegam que as vítimas, no contexto de uma guerra civil, foram menos numerosas e eram tanto turcas como armênias.

Turquia
O governo de Ancara, por meio do vice-primeiro-ministro, respondeu de maneira muito dura no sábado, com o uso da frase "mentalidade de cruzadas", depois que o Papa mencionou de novo o termo "genocídio" diante dos políticos armênios.

A declaração é "muito infeliz", disse Nurettin Canlikli, citado pela agência de notícias turca Anadolu.

"Não é um ponto de vista objetivo, que corresponda com a realidade. É possível observar todas as marcas e reflexões características da mentalidade das Cruzadas nas atividades do Papa ", completou.

O papa mencionou duas vezes o "genocídio" dos armênios durante o Império Otomano, primeiro no mês de abril de 2015, no Vaticano, e depois na sexta-feira em Yerevan.

A Turquia rejeita o termo genocídio para classificar os massacres ocorridos entre 1915 e 1917. Os turcos alegam que as vítimas, no contexto de uma guerra civil, foram menos numerosas (a Armênia cita 1,5 milhão de mortos) e eram tanto turcas como armênias.

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