Mais uma vez, pacientes que fazem uso de medicamentos excepcionais sofrem com a ausência de remédios. Há cerca de oito meses, o  o hidróxido de úreia usado para tratar anemia falciforme está em falta na Farmácia de Dispensação de Medicamentos Excepcionais.

"Estou muito fraca, cansada e sinto dores por todo o corpo. Meus ossos estão muito doloridos. As dores são horríveis e vou parar no hospital internada", disse Cláudia Aires que está sendo obrigada a comprar o medicamento, além de injeções para reduzir os sintomas gerados pela falta de ácido fólico no organismo. 

A anemia falciforme é uma doença genética e hereditária que se caracteriza por uma alteração nos glóbulos vermelhos, que perdem a forma arredondada e elástica, adquirem o aspecto de uma foice (daí o nome falciforme) e endurecem, o que dificulta a passagem do sangue pelos vasos de pequeno calibre e a oxigenação dos tecidos. Não há cura. 

A falta de medicamentos na farmácia do Estado tem sido alvo de muitas ações no Ministério Público. Uma das denúncias foi realizada pela Associação dos Portadores de Anemia Falsiforme. No Piauí, pelo menos, 648 pacientes estão sem o medicamento. Uma caixa com 30 comprimidos custa em média R$ 280 que, dependendo da gravidade do caso, é usada em uma semana e não está à venda no mercado teresinense.

"Em Teresina, a gente não tem essa medicação na farmácia e óbitos estão acontecendo. Já entrei no MP para que não faltasse essa medicação, mas continua faltando. Já estamos há oito meses sem esse remédio em Teresina", disse Miriam Mota, presidente da  Associação dos Portadores de Anemia Falsiforme. 

A assessoria da Unidade de Assitência Farmacêutica do Estado informou que o desabastecimento do hidróxido de úreia deve-se a problemas na linha de produção do laboratório, responsável pelo fornecimento do medicamento e que por várias vezes fez o Estado fez tentativas de permuta com outros estados, mas devido a falta generalizada, não foi possível adquirir o remédio. 

A assessoria informou aidna que todos os esforços estão sendo empregados para a distribuição do medicamento seja regularizada. Porém, não foi informada previsão. 

 

Graciane Sousa
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