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Terrorista de Nice pediu 'mais armas' em mensagem antes do atentado

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Marcas de tiros são vistas no vidro do caminhão que atropelou centenas de pessoas em Nice (Foto: Eric Gaillard/Reuters)

O autor do massacre de Nice de quinta-feira (14) enviou, antes de cometer o atentado, uma mensagem de texto de celular na qual pedia a seu interlocutor, um homem que já foi detido, que levasse "mais armas", revelou neste domingo a emissora "BFM TV".

"Traz mais armas", pediu em mensagem enviado em 14 de julho às 22h27 local (17h27, em Brasília), minutos antes de atropelar dezenas de pessoas com um caminhão, provocando 84 mortes.

O celular do terrorista foi achado na cabine do veículo depois que as forças da ordem lhe mataram para pôr fim ao ataque.

O jornal local "Nice Matin" acrescentou em seu site que os agentes examinam igualmente outra mensagem na qual o terrorista, o tunisiano Mohammed Lahouaiej Bouhlel, assegurava que já tinha "material".

Essas mensagens conduziram os agentes a um endereço no centro da cidade, que foi revistado "com infinitas precauções".

Segundo "Nice Matin", não foi descoberto no local nem armas e nem artefatos e na noite dos ataques também não houve nenhuma detenção.

O mesmo jornal assegura que um vizinho de Bouhlel disse que este estava marcado "por uma separação que não aceitava" e que disse várias vezes que "ia ouvir falar dele".

O envio dessas mensagens dá a entender a existência de cúmplices nesse ataque, realizado em plena celebração da Festa Nacional francesa e reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

Os investigadores detiveram sete pessoas de seu entorno próximo, uma delas sua ex-mulher, da quem estava se divorciando, e que hoje foi posta em liberdade.

Outras testemunhas foram interrogadas também. Desses interrogatórios se desprende que Lahouaiej, com um passado de criminalidade e violência de gênero, mas sem nenhuma detenção, se radicalizou recentemente e muito rápido.

O ataque
Um caminhão atropelou diversas pessoas na quinta-feira (14) que estavam assistindo à queima de fogos em comemoração ao 14 de Julho, Dia da Bastilha, em Nice, no sul da França, matando dezenas. O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, afirmou que 84 pessoas morreram e 18 estão em estado de "emergência absoluta", considerado muito grave.

O ataque aconteceu no Promenade des Anglais (Passeio dos Ingleses), uma avenida à beira-mar, por volta das 22h30 (17h30 em Brasília). O procurador de Nice, Jean-Michel Prêtre, disse que o veículo percorreu 2 km entre a multidão. No dia 21 de maio, o porta-voz do EI, Mohammad al Adnani, convocou seus seguidores a realizar mais atentados no Ocidente, especialmente na Europa e Estados Unidos, por causa do mês sagrado do Ramadã, que terminou no último dia 5 de julho.

Em mensagem carregada de ódio, cuja veracidade não foi ser confirmada, al Adnani afirmou que "atacar aos chamados civis é o melhor e mais útil".
No discurso de 31 minutos de duração, divulgado pelas das redes sociais, o porta-voz do EI pediu para seus simpatizantes que qualquer ataque, por menor que seja, na casa do inimigo, é melhor que um grande nos territórios que controlam.Para a Promotoria francesa, o atentado em Nice encaixa no tipo de ameaça do EI, que pediu em janeiro para usar balas, facas ou "carros" para matar os infiéis.

Mohamed Lahouaiej Bouhlel é apontado como o motorista do caminhão (Foto: Reprodução G1/Daily Mail)

Prisões
A polícia francesa prendeu neste sábado três pessoas em Nice como parte da investigação aberta sobre o atentado, subindo para cinco o número de detidos.

Primeiro-ministro
O primeiro-ministro da França, Manuel Valls, disse na sexta (15) que o autor do atentado em Nice "sem dúvida tem ligações com o islamismo radical". Ele falou sobre o assunto durante participação em um jornal do canal de TV France 2. O primeiro-ministro disse que a França irá ganhar a guerra contra o terrorismo, mas admitiu temer que "novas réplicas aconteçam". "Os terroristas procuram nos dividir", prosseguiu, criticando políticos que "não estão à altura do momento", sem deixar claro a quem se referia.

Valls também voltou a dizer que não houve falha de segurança e destacou que "15 planos de atentados foram frustrados nos últimos três anos, incluindo um particularmente importante na primavera". Ele assegurou que a coalizão internacional que combate o EI será reforçada, promessa feita na quinta pelo presidente François Hollande em seu pronunciamento na TV.

Segundo Valls, na próxima semana haverá uma reunião "muito importante" em Washington, nos EUA, da qual participará o ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian. "Vamos reforçar a capacidade da coalizão", afirmou.

Fonte: G1

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