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Atletas ficam dois meses sem receber bolsa do Governo do Estado

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Depois dos Jogos Olímpicos, enquanto a sociedade reclama do número de medalhas do Brasil, duas daquelas que seriam as principais formas de fomento do esporte no Piauí estão com problemas. O Bolsa-Atleta Estadual atrasou seu pagamento em pelo menos dois meses, segundo informações obtidas pelo Cidadeverde.com, apesar de negadas pelo Governo. Já o da Prefeitura de Teresina, aprovado por lei municipal, ainda não entrou em vigor na prática.
 
Fotos: Fábio Lima/Cidadeverde.com

Atletas vestiram a camisa na terça-feira, mas não falaram sobre atraso


O Cidadeverde.com apurou que a Bolsa-Atleta Estadual atrasou nos meses de junho e julho, e a do mês de agosto constará como atrasada a partir de setembro, o que completaria três meses de não pagamento. Vinte atletas de várias modalidades são beneficiados com R$ 380,43 mensais durante um ano. A reportagem ouviu atletas, que preferiram não se identificar, e na última terça-feira (26) confirmaram que ainda não haviam recebido o dinheiro. Pais ainda ligaram no início da semana perguntando pelo benefício.

O presidente da Fundação de Esportes do Piauí - Fundespi -, Francisco Soares, negou com veemência o problema nesta quarta-feira (27). "Não existe no Bolsa-Atleta. Não estamos devendo nada. Bolsa-Atleta foi pago há três dias. Acontece que eles não vão ao banco pegar o dinheiro", disse o gestor, que se contradisse ao ser perguntado se houve atraso de dois meses antes do recente pagamento. "Se chegou a haver? Não. A não ser que estejam solicitando o mês de agosto, que ainda não acabou". O pagamento sempre foi feito no início de cada mês.

Enquanto isso, os atletas fazem sua parte. Alguns deles, premiados no Troféu Carlos Said, vestiam a camisa do programa, como Moema Sales e Anderson Carlos, da natação. Quando perguntados sobre o problema, preferiram não comentar o assunto.

Na Prefeitura, Fabrício Pimentel admite problemas, mas pede paciência


Bolsa-Atleta Municipal
No caso do Bolsa-Atleta municipal, a lei sancionada motivou o pai da judoca Joseane Fernandes, José Fernandes, a pleitear o benefício em novembro de 2007. No entanto, ele disse que procurou a Semel e a comissão nomeada para avaliar os pedidos e gerar os contratos nunca se reuniu. O secretário municipal de esportes e lazer, Fabrício Pimentel, admitiu que nenhum pedido foi aprovado, mas por problemas na formulação da lei.

"Falei com o pai dessa atleta e ele tem razão no que está reclamando. Agora, ele passou um ano correndo e vem reclamar na véspera da eleição? Não tem uma pessoa mais preocupada com isso do que eu, estou buscando junto a Prefeitura os mecanismos para fazer com que a lei funcione", disse Fabrício, ao falar que, entre outros problemas, o fato da lei não limitar a quantidade de atletas beneficiados inviabiliza o projeto. "A melhor coisa que ele deveria fazer era deixar eu trabalhar, e ele não fala em nome da federação", completou.

José Fernandes discorda. "Se ele quer mudar a lei, que mude. Mas enquanto isso cumpra do jeito que está".

Fábio Lima
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