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Corpo de Domingos Montagner é liberado do IML em Aracaju

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O corpo do ator Domingos Montagner foi retirado do Instituto Médico Legal (IML) de Sergipe por volta das 8h40 desta sexta-feira (16). Ele foi encaminhado para uma funerária, para ser preparado para o transporte aéreo, mas ainda não há confirmação oficial se ele será levado para o estado de São Paulo, onde morava com a família.

Montagner morreu na tarde da quinta-feira (15) após desaparecer nas águas do Rio São Francisco, onde foi arrastado pela correnteza. O ator tinha 54 anos e interpretava Santo na novela "Velho Chico".

O corpo dele foi liberado por um médico da emissora, que tinha uma procuração assinada pela família. Montagner foi levado em seguida para um laboratório, onde será preparado com um procedimento de conservação chamado tanatopraxia. A depender da situação do corpo, o preparo pode demorar cerca de três horas.

“Além de todo o carinho, respeito e responsabilidade de sempre, teremos o cuidado em reduzir o número de funcionários no laboratório, para reforçar o sigilo, pois sabemos que casos de repercussão como este despertam a curiosidade”, afirmou Fernando Góes, proprietário da funerária.

O diretor do IML, José Aparecido Cardoso, informou por volta das 3h desta madrugada que o resultado da necropsia apontou que Montagner morreu por asfixia mecânica provocada por afogamento. “Nós encontramos algumas lesões superficiais, e a causa da morte foi constatada por afogamento”, afirmou.

O laudo descartou que o ator tenha sentido algum mal-estar antes da tragédia. Ele deixa a mulher, Luciana Lima, e três filhos.

Como foi o acidente
O ator gravou cenas da novela na parte da manhã desta quinta. Após o término da gravação, ele almoçou e, em seguida, foi tomar um banho de rio, acompanhado da atriz Camila Pitanga. Durante o mergulho, não voltou à superfície. Camila avisou a produção, que iniciou imediatamente a procura pelo ator.

A atriz descreveu o acidente para a polícia. Segundo ela, os dois foram até uma pedra e mergulharam no rio. Depois, ela notou que havia muita correnteza e avisou Montagner. Eles nadaram de volta para a pedra, Camila chegou primeiro e tentou duas vezes segurar na mão do ator. Mas a correnteza o arrastou.

Segundo o delegado Antônio Francisco Filho, os atores queriam mergulhar em um local mais tranquilo. “Eles acharam que era seguro, mas, na verdade, era um dos mais perigosos para o banho. Esta é uma parte do rio em Canindé que não é comum ser utilizada pelos banhistas”, afirmou.
Mais de 50 pessoas do Corpo de Bombeiros, polícias Civil e Militar, Grupamento Tático Aéreo (GTA), composta por um helicóptero e um avião bimotor, além de uma equipe de mergulhadores, participaram das buscas pelo ator.

As equipes de buscas localizaram, por volta das 20h40, o corpo do ator preso nas pedras, a 18 metros de profundidade e a 320 metros da margem, da prainha de Canindé de São Francisco – que fica na divisa entre Sergipe e Alagoas, onde foi visto pela última vez.

Perfil
O ator paulistano começou sua carreira artística trabalhando no teatro e em circos. Ele atuou em 13 programas de TV, entre séries e novelas, além de nove filmes. Entre os papéis de destaque estão o Capitão Herculano Araújo de "Cordel Encantado" (2011) e o presidente Paulo Ventura de "O brado retumbante" (2012), seu primeiro protagonista.

Polícia reforçou a segurança na funerária que cuida do corpo do ator

 

Ele também chamou atenção como o Zyah de "Salve Jorge" (2012) e o João Miguel de "Sete Vidas (2015). Montagner contou, em seu site oficial, que iniciou sua carreira no teatro, através do curso de interpretação de Myriam Muniz, e no Circo Escola Picadeiro.

Em 1997, formou o Grupo La Mínima, com Fernando Sampaio. A Noite dos Palhaços Mudos, de 2008, lhe rendeu o Prêmio Shell de Melhor Ator. Em 2003, criou o Circo Zanni, do qual foi diretor artístico.

O primeiro papel na TV foi no seriado "Mothern" (2006), do GNT, canal da TV por assinatura. A estreia na Globo foi também em seriados: "Força Tarefa", "A Cura" e "Divã". A primeira novela, "Cordel Encantado", foi em 2011. No ano seguinte, estreou no cinema, com uma participação no longa "Gonzaga - de Pai Pra Filho", de Breno Silveira.

Em entrevista a Ana Maria Braga no último dia 7 de setembro, Domingos falou sobre as cenas gravadas no Rio São Francisco. "Quando você chega no primeiro dia de gravação e dá um mergulho, está batizado para o resto da vida. O sertão é um lugar incrível e precisa ser conhecido", disse Montagner.

Fonte: G1

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