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Secretário rebate denúncia desmatamento publicado em revista

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O secretário estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar) rebateu denúncias de desmatamento no corredor ecológico das serras da Capivara e das Confusões, na região do município de São Raimundo Nonato. A suposta devastação ambiental na região foi denunciada na versão brasileira da revista americana Rolling Stone, do mês de setembro, que aponta a empresa multinacional Yara, da Noruega, e a mineradora paulista Galvani S/A como as principais causadoras do desmatamento. 

De acordo com a reportagem, a madeira estava sendo utilizada para alimentar os fornos da empresa que explora um mina de fostato entre as cidades piauienses de Caracol e Guaribas, na divisa entre o Piauí e Bahia. A área explorada já ultrapassaria 8 mil hectares. 

Em entrevista ao Notícia da Manhã, o secretário Ziza Carvalho ressalta que as atividades de exploração na região foram liberadas consistem em um plano de manejo florestal sustentável, documento fundamental para a implementação, gestão e aprimoramento das unidades de conservação. O gestor ressalta que, recentemente, esteve na região e não encontrou irregularidades. 

"O desmatamento é diferente do plano de manejo florestal sustentável. O que foi requerido por um empreendedor à Semar, no ano passado, foi justamente esse plano na cidade de Anísio de Abreu e não dentro da Serra da Capivara e Serra das Confusões. Desmatar é utilizar o solo alternativamente para pecuária e produção de grãos, por exemplo. Já o plano,  previsto na legislação, é ambientalmente correto para não destruir as matas e florestas, fazer com que elas renasçam completamente de acordo com o ciclo, acompanhado de supressão vegetal, respeitando a altura do corte para a produção de matéria lenhosa", esclarece Carvalho. 

O secretário ressalta ainda que 30% das indústrias nordestinas primárias utilizam o material lenhoso como fonte energética. Ziza Carvalho frisa que, do ponto de vista ambiental, o desmatamento é muito mais impactante do que a autorização de um plano de manejo florestal sustentável. 

"O plano permite que se possa utilizar a natureza economicamente, porém respeitando  a floresta. O empreendimento que está sendo desenvolvido em Anísio de Abreu foi autorizado pela Semar após mais de um ano de análise. Esse tipo de autorização é feita em todo o Brasil respeitando a legislação federal, resolução do Conama, procurando conservar o meio mabiente sem prejudicar a atividade econômica", ressalta. 

O secretário acrescenta ainda que a Semar tem acompanhado as atividades ambientais desenvolvidas no Estado e combatido ações irregulares. 

Empresa Galvani rescindiu o contrato, diz assessoria

Em relação às matérias veiculadas sobre matéria publicada na edição de setembro/2016 da revista Rolling Stone, esclarecemos que toda madeira utilizada pela Galvani como fonte energética em suas unidades é adquirida de fornecedores que possuem as licenças e as autorizações ambientais necessárias para corte, venda e transporte. Para tanto, a exploração deve ser realizada dentro de um Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS), que orienta a utilização e produção do bem, assegura um melhor aproveitamento dos recursos, busca reduzir o impacto da exploração e promover a sustentabilidade. 
 
O uso de lenha nativa na região é autorizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o fornecedor da Galvani, SS Agrosilvipastoril, ao assinar contrato com a empresa, comprovou ter as licenças em dia.
 
Por conta de irregularidades trabalhistas encontradas pelo MPT na SS Agrosilvipastoril, em vistoria realizada no final de junho, a Galvani, que estava trabalhando com a empresa há apenas um mês na ocasião, rescindiu o contrato imediatamente.

Em nota ao Cidadeverde.com, o Ibama disse que não autoriza o uso da lenha nativa. Segundo o órgão, essa competência pertence à Secretaria Estadual do Meio Ambiente.

"Tendo em vista que este órgao de meio ambiente fiscaliza a cadeia de custódia de produtos florestais, que significa origem, transporte e destino, por meio do sistema DOF - documento de origem florestal", disse o Ibama.

Graciane Sousa
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