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Pesquisa descobre "gene da fidelidade" no homem

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Se as mulheres prestes a casar levarem ao pé da letra as conclusões de estudo publicado hoje pela revista "PNAS" -o que geneticistas e psicólogos não recomendam- vão pedir um seqüenciamento genético dos noivos.

Um grupo de pesquisadores norte-americanos e suecos analisou o genoma e o comportamento conjugal de 2.186 adultos, que participam de um projeto que acompanha centenas de gêmeos do mesmo sexo, casados oficialmente ou em uniões estáveis.

Os pesquisadores examinaram nessas pessoas o gene que produz o hormônio vasopressina. "A vasopressina regula o equilíbrio da água no corpo e atua em áreas do cérebro relacionadas ao comportamento reprodutivo", explica o etólogo César Ades, da Universidade de São Paulo. "Ela afeta a capacidade de formar laços afetivos."

O corpo produz vasopressina, por exemplo, durante uma relação sexual. A sensação de prazer provocada pela vasopressina fica associada ao convívio com o parceiro e aumenta as chances do casal dar certo.
Estudos anteriores com roedores norte-americanos chamados arganases mostraram que a sensibilidade à vasopressina determinava se o macho da espécie acasala com várias fêmeas ou se forma um casal com um delas para o resto da vida. Manipulando o mecanismo regulatório da vasopressina nesses roedores, os pesquisadores conseguiam mudar o comportamento do animal.

Um mecanismo semelhante foi descoberto agora por Wallum e seus colaboradores. Eles analisaram o mesmo gene dos arganases, que existe em seres humanos e que também produzem a vasopressina.
"Existem seqüências regulatórias em torno dos genes que regulam quando, como e onde esses genes serão ativados", explica o geneticista brasileiro Marcelo Nóbrega, da Universidade de Chicago, que não participou do estudo.

Os pesquisadores verificaram variações nessas seqüências entre as pessoas do estudo. Em seguida, procuraram por alguma relação entre essas variações e os resultados de um conjunto de testes psicológicos para medir a intensidade da ligação de um casal.

Assim como no caso dos arganases, os pesquisadores acharam relações entre as variações dos genes e o comportamento apenas em indivíduos do sexo masculino.
Os resultados foram que os homens portadores de uma dessas variações, chamada de "alelo 334", tiveram notas mais baixas em um questionário que avaliou a ligação afetiva entre os casais.
E mais: os homens com duas cópias do alelo 334 tinham mais chance de não oficializar suas uniões estáveis na forma de casamento.

Além disso, o portador de dois 334 tinha duas vezes mais chance que um portador de um único 334 de ter tido uma crise conjugal no ano passado.

 

Fonte: Folha Online

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