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"Esta será a última vez que vamos tocar", diz guitarrista do Aerosmith

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Pode parecer que sim, mas as bandas que amamos não duram para sempre. Com mais de 45 anos de uma carreira moldada por sucessos representativos de momentos diferentes do rock, uma popularidade extraordinária catalisada pelo carisma de seus membros e muitos, mas muitos milhões de discos vendidos, o Aerosmith parece insistir em negar a proximidade do fim. Ao mesmo tempo em que cogita encerrar as atividades, a banda norte-americana emenda uma turnê na outra, vê seus membros saírem em novos projetos paralelos e faz shows cada vez maiores. Nest terça, a partir das 22h, Steven Tyler, Joe Perry, Brad Whitford, Tom Hamilton e Joey Kramer vão tocar para cerca de 12 mil pessoas que praticamente esgotaram os ingressos disponíveis menos de 48 horas depois do início das vendas e provavelmente prolongaram ainda mais a carreira de uma das bandas seminais do rock'n'roll.

O Aerosmith veio uma única vez a Porto Alegre, em 2010, com a turnê Cocked, locked, ready to rock. Pela sexta vez no Brasil, a banda agora traz a turnê Rock 'n' roll rumble – Aerosmith style 2016, que começou em setembro e passou por Colômbia, Chile e Argentina. O show desta noite, com base nas apresentações recentes, não será muito extenso, mas terá espaço para sucessos como Walk this way, Dream on, Cryin', Livin' on the edge e I don¿'t want to miss a thing, (confira o provável setlist aqui). 

Reconhecidos por uma sinergia inabalável quando sobem juntos ao palco, o vocalista Steven Tyler e o guitarrista Joe Perry são atrações à parte, seja pelas danças e performances do primeiro ou pela presença de palco e habilidade do segundo. Em julho, no entanto, durante um show do Hollywood Vampires – banda paralela que mantém com Alice Cooper e o ator Johnny Depp – em Nova York, o guitarrista de 66 anos passou mal e teve de ser encaminhado a um hospital após perder a consciência, desmaiar e ser atendido por médicos nos bastidores. 

O susto, aliado a declarações de Tyler de que estava "muito preocupado" com a saúde do colega, colocaram ainda mais dúvidas sobre a continuidade da banda. Tyler, 68, já anunciou que o grupo deve fazer uma turnê de despedida em 2017, mas que ela poderia "durar para sempre" – os brasileiros terão pelo menos mais uma oportunidade para ver os ídolos: a banda foi confirmada como uma das atrações do Rock in Rio 2017. Em entrevista a ZH (leia abaixo), o guitarrista Brad Whitford confirmou que ele e os outros membros conversam sobre o fim, e que alguns países já estão vendo o Aerosmith pela última vez.

Independentemente (ou por causa) disso, o show desta terça promete. Quem sabe a recepção dada pelos porto-alegrenses não faça a banda, que abre a parte brasileira da turnê na capital gaúcha, repensar o rumo. Afinal, se o rock nunca morre, é justo que o Aerosmith também seja imortal.

Entrevista

Brad Whitford, guitarrista do Aerosmith: "Em algumas partes do mundo, definitivamente, esta será a última vez que vamos tocar"

ZH – O que você lembra do Brasil e o que espera deste show em Porto Alegre?

Brad Whitford – Além da comida maravilhosa que provamos da última vez (risos)? É um país lindo, e eu amei estar aí. A plateia brasileira é o sonho de qualquer artista. Queríamos ter uma plateia assim em todos os lugares que tocamos. Nós estamos muito animados em voltar! Eu amo tocar nossas novas músicas, talvez mais do que nunca. Nós temos novas músicas incríveis, e ter a chance de tocá-las em frente a novas pessoas é realmente o que importa.

Como vocês costumam se preparar para os shows? Ainda ficam nervosos?

Com certeza existe um certo tipo de energia, não sei se dá para chamar de nervosismo. Um tipo de energia no ar que causa ansiedade antes de entrar. O Aerosmith é uma banda que fica cada vez melhor, e os outros membros têm feito diferentes projetos... Isso nos rejuvenesce, dá forças, é divertido. Nós sempre tentamos trazer um elemento novo para o show em relação aos anteriores, mas não tenho certeza do que será em Porto Alegre.

É verdade que esta será a última turnê do Aerosmith?

É muito difícil imaginar isso. Acho que é um assunto sobre o qual nós realmente não queremos pensar. Queremos manter a coisa rolando. Conversamos sobre isso algumas vezes. Pode ser (a última turnê), sim. Em algumas partes do mundo, definitivamente, será a última vez que vamos tocar. Mas ainda não sabemos. Não sei quantas turnês ao redor do mundo ainda faremos. Então, sim, esta pode ser nossa última vez  por aí. 

E como será a vida depois do fim do Aerosmith?

Tenho certeza de que vou estar tocando em algum lugar. Enquanto eu tiver a possiblidade de tocar, vou continuar tocando.

Fonte: Zero Hora

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