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Família vai à Justiça para que bebê de oito meses passe por cirurgia urgente no coração

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Os pais da bebê Ysabella Lya Silva, de oito meses, precisaram recorrer à justiça para salvar a vida da filha, que sofre de cardiopatia congênita. Ysabella precisa passar, com urgência, por um procedimento cirúrgico por causa de uma alteração na estrutura do seu coração, mas a cirurgia não é realizada no Piauí. 

Naturais do município de União, o casal Kennedy Costa e Cleidiane Silva, disseram ao Cidadeverde.com que o programa de Tratamento Fora de Domicílio da Secretaria Estadual de Saúde (TFD-Sesapi) agendou uma cirurgia para abril de 2017 em Recife, mas eles temem que a filha não resista até a data.  

Por isso, decidiram entrar com pedido na 1ª Vara da Infância e da Juventude de Teresina-PI que concedeu, na ultima quinta-feira (3), liminar determinando a transferência imediata do bebê para a cirurgia, com multa de R$ 50 mil se o Estado descumprir.

“Eu estou ansiosa pelo cumprimento dessa liminar porque a gente vê a nossa bebê sofrendo; é muito complicado, doi demais. Hoje ela está tranquila porque está tomando os remédios direitinhos, antes ela chorava muito. Nós temos que ficar aqui em Teresina porque a gente não sabe o dia de amanhã e ela pode precisar ir para o hospital com urgência, como já precisou”, disse a mãe. 
 
O pai explicou que o pedido para o TFD foi realizado em setembro, mas, após descobrir da longa espera, buscou por ajuda no Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente. 

“Eu dei entrada no TFD no dia 5 de serembro; eles ligaram dizendo que conseguiu internação para o dia 24 de abril de 2017, só que, segundo o médico da nossa bebê, ela não poderia passar dos nove meses sem a cirurgia, e ela já está com oito meses. O médico disse que o problema poderia agravar. Eu quero que a minha filha fique bem logo”, comentou o pai.

Keneddy ressaltou que a filha está em casa porque estava com risco de contrair infecção hospitalar. Ele disse ainda que Ysabella ficou cinco dias internada no Hospital de Urgência de Teresina, seria transferida para o Hospital Infantil, mas, por falta de vaga e risco de contaminação, o médico optou pelo tratamento em casa.

“As pessoas acham que porque minha filha tá em casa, corre menos risco que as outras, mas não é assim. Só a gente sabe a dor de ver ela assim. Ela pode ter alguma complicação a qualquer momento”, declarou a mãe.  

O conselheiro tutelar Djan Moreira, que acompanha o caso, destacou que o bebê já nasceu com cardiopatia congênita grave e, segundo o pediatra, se a cirurgia não for realizada o quanto antes, o procedimento cirúrgico pode ser comprometido devido o desenvolvimento de hipertensão pulmonar fixa. Djan lembrou que muitos bebês já faleceram à espera da cirurgia e citou o récem-nascido Esdras Viana, que morreu em fevereiro desde ano.

Além disso, o conselheiro comentou que “infelizmente, existe o risco da criança morrer. E é preciso salvar essa vida. Todos nós estamos preocupados com essa situação”, finalizou.

 

Carlienne Carpaso
[email protected] 

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