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Pesquisa: Shakes industrializados queimam músculos e não gorduras

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Seguir um cardápio balanceado e manter a dieta não é tarefa fácil. Você precisa de tempo e disposição para preparar refeições leves, nutritivas e equilibradas, muitas vezes, isso não é possível em meio à correria do dia a dia. Às vezes mal sobra tempo de mastigar, certo? É aí que a solução mais fácil aparece: para não ficar sem comer nada ou consumir alimentos calóricos, você substitui sua refeição por um copão de shake e acredita que conseguiu economizar calorias e suprir todas as necessidades nutricionais de que seu corpo precisa para manter-se saudável. O problema é que a bebida prática e saborosa nem sempre possui a quantidade necessária de vitaminas e sais minerais presentes em uma refeição e trocar o almoço ou o jantar por ela pode deixar sua imunidade em baixa e causar doenças graves, como anemia e disfunções renais. "O shake é feito à base de leite e por isso carrega nutrientes importantes para o nosso organismo, porém, não apresenta todas as outras vitaminas e sais minerais que devem compor uma refeição balanceada, o que torna a substituição perigosa. O ideal é consumi-lo como complemento e não como refeição", explica a nutricionista da Unifesp Eliana Cristina de Almeida.


Raio X da bebida
Um teste divulgado em fevereiro deste ano, realizado pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor - Proteste, contestou os benefícios do shakes para a saúde e para a dieta, quando seu uso é contínuo. Além de não possuir a quantidade ideal de nutrientes, a bebida apresenta desequilíbrio nas taxas de vitaminas e sais minerais que possui.  Entre os cinco produtos testados pela Proteste, nenhum apresentava equilíbrio nutricional suficiente. Os shakes testados foram Bio Slim, Diet Shake, Diet Way, Herbalife e In Natura. Segundo a Proteste, três das cinco marcas analisadas (Diet Shake, Bio Slim e Diet Way), fornecem em seus produtos taxas excessivas de carboidratos e proteínas e gordura a menos do que deveriam, o que pode acarretar na perda de músculos (massa magra) e água em vez de gordura corporal, como prometem as embalagens e as tabelas nutricionais presentes nos rótulos destes produtos.

Sobre estes resultados, as nutricionistas da Nutrilatina, fabricante do Diet Shake, Daniela Tolari, da Herbalife, Lívia Venâncio e a assessoria de imprensa da Bio Slim, afirmam que estão dentro dos padrões estipulados pela Anvisa e pela OMS e que se de fato seus produtos oferecessem riscos à saúde, como sugere a Proteste, certamente não seriam liberados por estes órgãos e que é preciso saber quais critérios foram usados pela Proteste para se chegar a estes resultados, já que, segundo eles, os métodos da pesquisa não foram divulgados. As fabricantes do shake Diet Way e do In Natura não se pronunciaram. 

 

 

Bomba de proteína
Segundo a Proteste, o consumo excessivo de proteína promovido pelos shakes, não deveria ultrapassar 10 a 15% do valor energético do produto, porém, em média, todas as marcas apresentam 32% de proteína. A nutricionista da Unifesp, Eliana Cristina de Almeida explica que estes substitutos alimentares usados para emagrecer apresentam alto teor de proteínas exatamente para acelerar a perda de peso, porém, este excesso compromete o metabolismo sobrecarregando algumas funções importantes, como a renal e a hepática: "O excesso de proteínas compromete a ação dos rins e do fígado prejudicando a excreção de substâncias tóxicas e a oxigenação do sangue para manter o metablismo em dia", explica.


Gordura zero
Quanto a quantidade de gordura, a pesquisa da Proteste mostra que os níveis aparecem muito abaixo do normal em todas as marcas, comprometendo a absorção de vitaminas e a síntese de hormônios: "As vitaminas A, B, E e K só são completamente metabolizadas em conjunto com a ação das gorduras no organismo. Quando não ingerimos gordura suficiente para metabolizá-las, corremos o risco de desenvolver anemia e, em pessoas mais velhas, desnutrição", afirma a nutricionista da Unifesp. 

 

Cadê as fibras?
Já com relação às fibras, para substituir uma grande refeição, os shakes deveriam ter cerca de 10 gramas por porção, segundo a Proteste, porém nenhum deles chega perto deste valor. "As fibras funcionam como uma vassoura que vai limpando todas as impurezas de nosso corpo, se deixamos de consumi-la por muito tempo, deixamos nosso organismo vulnerável a infecções", explica Eliana.

 

Emagrecimento que não funciona
A nutricionista explica que este tipo de suplemento não promove a perda de gordura, e sim de músculos e água, comprometendo a saúde de quem os consome: "sem energia os músculos vão se desgastando e perdemos massa muscular e não gordura. O problema disso é que sem os músculos ficamos sem força para executar nossas atividades em especial, as esportivas", diz. 

 

Exercícios x shakes 
Uma pessoa que substitui suas refeições por shakes e mantém seu ritmo de treino gasta suas reservas de glicose do organismo, perde massa muscular e corre o perigo de ficar desnutrida ou ter uma crise glicêmica. "Se você gasta mais energia do que consome e não tem os nutrientes adequados, fica fraco e sem combustível, daí a baixa na taxa de glicose e os enjoos típicos de quadros de sobrecarga metabólica", afirma a especialista da Unifesp.

 

Fonte: Minha Vida

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