Parte dos alunos do Centro Estadual de Educação Profissional Professor Edgar Tito, localizado no bairro Memorare, na zona Norte de Teresina, ocupa o prédio da unidade escolar desde segunda-feira (14).
O ato é uma adesão ao movimento nacional que se opõe à Proposta de Emenda Constitucional 55, do Governo Federal, que estabelece um limite de gastos públicos por até 20 anos. Os manifestantes temem que a redução de investimentos atinja, principalmente, repasses para as áreas da educação e saúde.
O estudante do 2º ano do Ensino Médio da escola, Paulo Ricardo de Castro Sousa, considera que, com a aprovação da PEC, os estudantes e trabalhadores serão prejudicados. “Estamos lutando para que essa proposta não seja aprovada e a educação tenha corte de investimento”, disse o aluno, que é um dos líderes da ocupação.
O CEEPP Professor Edgar Tito é a primeira escola do Piauí a ser ocupada contra a PEC. A ocupação da unidade escolar conta com programação cultural e roda de conversas. Além de serem contra a proposta, os alunos também repudiam a medida provisória do Governo Federal que reformula o Ensino Médio. “Querem retirar as disciplinas que fazem a gente pensar”, criticou Paulo Ricardo.
Os alunos do CEEPP Professor Edgar Tito também pedem melhorias estruturais na escola. Os estudantes afirma que a unidade escolar tem bebedouro enferrujado, ar condicionado com defeito, e constante uso de drogas.
Diante da ocupação, as aulas no CEEPP Professor Edgar Tito estão paralisadas. O cidadeverde.com tentou, mas não conseguiu contato com a direção da escola.
Já a Secretaria Estadual de Educação, por meio de nota, ressaltou que a principal pauta do movimento é a discussão da PEC 55. Sobre as reivindicações em relação à estrutura da escola ocupada, o Setor de Engenharia do órgão informa que o projeto de reforma geral do prédio da Edgar Tito foi encaminhado para o setor de licitação e que após cumprir os trâmites burocráticos deve ter as obras iniciadas.
“A Seduc também esclarece que desde o início da atual gestão vem trabalhando para reconstituir a estrutura da Educação Estadual. Em 2015 havia 225 obras paralisadas, que foram retomadas ao longo do ano. Em 2016 a Secretaria contabiliza 322 obras físicas concluídas, 50 obras elétricas e 94 estão em execução. Destas, 20 estão com mais de 80% da obra concluída. Por fim a Seduc está dialogando com o movimento no sentido de garantir as aulas, mesmo com a mobilização dos estudantes, para não prejudicar os alunos. Lembra que o calendário escolar já está atrasado por conta da greve dos professores no início deste ano”, destacou a secretaria.
Izabella Pimentel (especial para o cidadeverde.com)
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