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Moradores de Barra Grande constroem parada de ônibus com garrafas pet

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Uma iniciativa ecológica e fraterna modificou a rotina dos poucos moradores do povoado de Barra Grande, no município de Cajueiro da Praia, a 384 km da capital Teresina. Com uma ideia desenvolvida pelo grupo Recicla Barra Grande organizou-se um mutirão que construiu a primeira parada de ônibus no local usando "ecotijolos". Um tijolo construído com garrafas pet e muito trabalho em equipe.

A iniciativa começou há cerca de seis meses quando o grupo começou a se reunir e estudar iniciativas de bioconstrução mundo afora. Com a troca de experiência e muita vontade de fazer novas coisas, o grupo de recicladores decidiu escolher qual seria seu primeiro legado para a comunidade. "Todos estamos preocupados com o aumento do fluxo turístico na Barra Grande e a quantidade de lixo que se produz aqui que sempre aumenta. E temos também o problema no recolhimento que não acontece mais e só se agrava", explicou Laura, argentina que escolheu Barra Grande para viver com a família.

A ideia inicial era a construção de um parquinho, mas observando a grande utilidade que tinha a parada de ônibus em Luís Correia, o grupo se inspirou para construir uma que atenderia a comunidade. "Decidimos que seria na praça, mas depois repensamos que lá já haviam muitos bancos e árvores. Achamos que o lugar deveria ser bastante estratégico. Eu sempre levava meu filho para vacinar ali e sempre via muitas pessoas esperando embaixo de árvores pequenas, sem lugar onde sentar e até grupos grandes. Então decidimos fazer ali naquela esquina", descreveu Laura.

Após a escolha do local vieram os primeiros impasses. Alguns moradores não entendiam a ideia do grupo e tiveram resistência. “Apareceu gente falando que iríamos ocupar o terreno para fazer barraca, mas explicamos direitinho e as pessoas foram se acalmando e mais tarde muitos passaram a nos ajudar na construção, tanto com dinheiro, pois não tínhamos, como com alimentação para os grupos que passavam o dia trabalhando. Foram dois dias e meio de construção que valeram muito a pena", comentou Laura.

Depois ainda enfrentaram a pouca ajuda de outras pessoas, mas com a perseverança no trabalho o grupo conseguiu concluir o objetivo. "O trabalho não é fácil. Quando você pensa que a garrafa já está cheia ainda há mais espaço para colocar areira. Começamos a promover encontros para encher as garrafas ao pôr do sol e eles acabaram virando verdaeiros encontros de amigos onde tivemos oportunidade de nos conhecer mais e ajudar a construir essa obra coletivamente", contou.

Com a obra entregue em apenas dois dias e meio de trabalho e centenas de mãos, o grupo pretende deixar um exemplo de construção comunitária, trabalho voluntário e um exemplo de consciência ecológica para driblar a falta de coleta, que já se tornou assunto repetido entre os moradores do povoado.

"Nós esperamos que esse seja só o começo de várias atividades e acima de tudo de um abraço fraternal com todos os moradores. Os novos e os nativos. A gente tem que aprender com eles as formas tradicionais e eles tem muito o que aprender conosco. O que não pode se parar é a roda da aprendizagem compartilhando com todos para que da próxima vez mais pessoas participem. Acho que a salvação de todos é e se juntar. Separados não temos a força que temos juntos", disse Laura.

A iniciativa já começou a funcionar na região e os moradores empolgados com a ideia já esperam que sejam construídas paradas semelhantes em outros povoados como Barrinha.  "Foi um sonho de seis meses a construção desse e adoraria que essa ideia se repetisse em todo o cajueiro da praia e todos os lugares", concluiu.

Rayldo Pereira
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